Dias ensolarados com baixas temperaturas. Esta é a fórmula ideal para incentivar as vendas no comércio caxiense na estação mais fria do ano. Com o intuito de compreender o impacto do inverno na economia local, a CDL Caxias do Sul realizou, pela primeira vez, um levantamento sobre o tema. A pesquisa identificou que frio incrementa o faturamento das empresas em 24,74% em relação às outras estações do ano.
Entre os principais fatores para este crescimento estão as trocas de coleções e a sazonalidade de alguns produtos, comercializados especificamente no período. A amostragem feita pelo Núcleo de Informações de Mercado da entidade foi promovida entre os dias 9 e 13 de julho, com associados nos segmentos de vestuário e calçados, cama, mesa e banho, utilidades domésticas, eletrodomésticos e alimentos e bebidas.
Dentre os setores entrevistados, o de cama, mesa e banho tem a maior média de acréscimo no faturamento provocado pelo inverno, com alta de 35%, seguido dos segmentos de vestuário e calçados (28%), de eletrodomésticos (23%) e de bebidas e alimentos (16,25%). Mais da metade (60%) dos participantes afirmaram que o fato das pessoas estarem mais em casa por conta da pandemia tem ajudado a incrementar as vendas, enquanto 30% tiveram queda nas comercializações e para 10% das empresas permaneceu igual ao período que antecedeu a Covid-19.
Edredons, lençóis de soft e térmicos, mantas e cobertores são apontados como os produtos mais vendidos no ramo de cama, mesa e banho. Já nos itens de vestuário e calçados, os produtos responsáveis pela expansão são as jaquetas, malhas, peças de moletom, básicas, blusas térmicas, pijamas, meias, pantufas, chinelos e botas. Nos eletrodomésticos foram apontados como motivadores da ampliação no faturamento os aquecedores, fogões à lenha, máquinas de lavar e secar roupas e climatizadores.
O coordenador de Tecnologia, Informação e Inovação da CDL Caxias do Sul, Cleber Figueredo, explica que uma gama maior de produtos à disposição dos clientes, associado à necessidade de se proteger do frio e um preço maior de alguns itens sazonais de inverno contribuem para a elevação no desempenho do comércio. No caso do vestuário, a troca de coleções de moda também favorece na renovação das peças de roupa. "Os fatores destacados para essa elevação são uma oferta maior de produto - e, consequentemente, crescimento da demanda pelos clientes -, e também pelo maior valor agregado dos itens. Alguns artigos, em especial de vestuário, podem custar de três a quatro vezes mais em relação a algumas peças de verão, por exemplo", explica Figueredo.
O setor de bebidas e alimentos tem como destaque os vinhos, que têm suas maiores comercializações no inverno, representando cerca de 30% das vendas totais do ano. Já produtos derivados de chocolate também são mais procurados nas baixas temperaturas por conta da diversidade de itens que tem como base o doce, como chocolate quente e fondue. Já o comércio de frios e embutidos não sofre grande influência no inverno.
Panelas, canecas, chaleiras, garrafas térmicas, jarras e taças para vinho são alguns dos artigos que possuem maior demanda para o segmento de utilidades domésticas. Para algumas lojas, o inverno afeta positivamente, com mais produtos vendidos e maior faturamento, por existir um maior mix de produtos, comparado às outras estações do ano. Entretanto, outras empresas do mesmo setor apontam que o inverno prejudica as vendas por alguns itens terem um maior valor agregado e também pelo frio desestimular a ida dos clientes até as lojas.