Os constantes aumentos de preço do óleo diesel - componente básico para a prestação de serviços do transporte coletivo urbano e rural de passageiros, que representa cerca de 25% dos custos do sistema - desestabilizam a planilha de despesas operacionais em Pelotas. Com a finalidade de manter o valor da tarifa, unificada em R$ 4,00, a prefeitura, após aprofundar estudos técnicos, adota medidas que possibilitam ao usuário os deslocamentos sem reajuste.
O Executivo municipal considerou a necessidade do passageiro, fragilizado financeiramente pelos reflexos da pandemia da Covid-19, ser poupado de mais uma despesa. A tarifa mínima para absorver a majoração da planilha de custos operacionais foi calculada em R$ 4,30, condicionada a medidas.
Para garantir a tarifa de R$ 4,00, que é uma das mais baixas do Rio Grande do Sul, a prefeitura identificou a necessidade de alguns ajustes. Essa mudanças entram em vigor nesta segunda-feira (12).
Dentre as ações, para quem usa o sistema vale-transporte, o segundo deslocamento, pela integração tarifária, passará a ter o custo de 50% da passagem integral. Estudantes passam a pagar a passagem, com desconto de 50% da tarifa praticada.
Além disso, o subsídio tarifário - aporte financeiro público, repassado para custeio do serviço de transporte coletivo urbano, instituído neste ano - será mantido em R$ 0,30 por tarifa até o mês de agosto, quando haverá nova avaliação da evolução de preços. O município criou um grupo de trabalho, integrado pelo Gabinete da Prefeita, secretarias de Transporte e Trânsito, de Governo e da Fazenda , além da Procuradoria-Geral do Município (PGM) e Assessoria de Comunicação (Ascom), para analisar, permanentemente, todas as questões que envolvem o transporte coletivo.
O secretário de Transporte e Trânsito, Flávio Al-Alam, pondera que as medidas que entrarão em vigor na segunda-feira são imperativas para manutenção da operacionalidade do setor. "O transporte público foi diretamente atingido com a queda brusca de usuários, devido à determinação, por longos e repetidos períodos, de distanciamento social, como precaução ao coronavírus, e o aumento reincidente de componentes da tabela de custos, principalmente o diesel", afirmou. O gestor ainda comenta que muitos municípios, a exemplo de Rio Grande e Porto Alegre, reajustaram as tarifas, editaram novos ajustes e ainda não encerraram a questão, devendo promover mais alterações.