Após 15 meses, entre aberturas, fechamentos e flexibilizações, o setor de eventos de Caxias do Sul, que vem sofrendo duramente com as restrições impostas pela Covid-19, tenta buscar soluções para o retorno.
O setor aposta em permissões municipais para que possa retomar as atividades. Para medir os impactos do segmento na cidade, o Núcleo de Informações de Mercado da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) do município realizou, entre os dias 14 e 16 de junho, um levantamento junto ao HUB de Eventos da entidade, que concentra profissionais do segmento.
A pesquisa identificou que houve redução de 82,4% no número de eventos e queda de 81,8% no faturamento. Esses e outros dados foram apresentados à Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne), para ampliar e alterar normas existentes. Dos 57 participantes do Hub que responderam à pesquisa inédita sobre os prejuízos do setor, quatro em cada 10 afirmaram que, caso as restrições e inseguranças geradas pelo abre e fecha do segmento sigam, eles conseguirão manter suas empresas abertas por até seis meses.
A maioria dos profissionais ligados ao segmento acreditam que o setor de eventos terá uma retomada gradativa. Entre as alternativas para enfrentar a crise, 61,4% dos entrevistados disseram que renegociaram a data do evento, 28% criaram novos produtos ou serviços focados no digital ou com entrega a domicílio e 19,3% deles precisaram sair temporariamente do ramo. Outras opções de ações para vencer a crise foram: eventos híbridos, festa drive-in, evento em casa com transmissão on-line aos convidados, criação de vídeos e podcasts, entre outros.
Mais da metade dos participantes contaram que, até o momento, conseguiram reprogramar menos de 10 eventos previstos. A pesquisa ainda identificou que um terço dos entrevistados disseram que mais da metade de seus eventos reprogramados foram cancelados e 35% deixaram de fechar trabalhos em função dos clientes não entenderem as restrições de público e custos adicionais de cuidados extras com a segurança dos convidados e equipes.
"O que buscamos
são alternativas para que nosso segmento funcione de forma segura para todos e sustentável para as empresas. A instabilidade desse abre e fecha prejudica a nossa retomada. Um dos nossos maiores pleitos são a ampliação das flexibilizações dos eventos sociais, que reúnem apenas núcleos familiares ou pessoas do seu ciclo de convivência", conta Venilton Demori, que integra o Hub. A Amesne deve avaliar modificações nos protocolos nas próximas semanas.