A Ceiba speciosa, conhecida popularmente como paineira, é uma árvore de grande porte que pode alcançar até 30 metros de altura. É comum encontrá-la no território gaúcho. O que poucos sabem é que a casca dessa árvore pode esconder um poderoso elemento para o tratamento de doenças gastrointestinais.
A planta nativa das florestas brasileiras e de outras regiões do sul da América Latina motivou uma investigação iniciada na Universidade do Vale do Taquari (Univates) em meados de 2014 e que, em 2021, gerou a segunda patente aprovada na universidade. Os resultados apresentados em pesquisa sobre as propriedades da paineira, usadas em enfermidades em ratos, demonstram que a espécie vegetal possui potencial biotecnológico e farmacológico no tratamento de úlcera e lesões gástricas. Além disso, o Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro tem interesse na utilização de espécies vegetais, devido ao seu potencial como componente terapêutico em medicamentos fitoterápicos.
Os estudos foram realizados em caráter experimental e deram origem a um pedido de registro de patente encaminhado pela Instituição ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em 2015. Recentemente a patente foi aprovada pelo órgão, o que assegura à Univates a possibilidade de seguir pesquisando as propriedades da casca com a chancela e a propriedade intelectual garantida.
A utilização do fitoterápico na medicina popular é relatada por moradores da região do Vale do Taquari para o tratamento de doenças como úlceras e gastrites. Em busca de metodologias que permitissem avaliar esse potencial benéfico antiulcerogênico, foram também preparados diferentes extratos, como o etanólico, o aquoso e o etnofarmacológico (caseiro). Para investigar o efeito mencionado pela população local que faz uso da planta, o grupo de pesquisa realizou diferentes análises por meio de atividades in vitro (com células humanas) e in vivo para auxiliar na elucidação do mecanismo envolvido.
Apesar dos avanços no desenvolvimento de novos fármacos, as plantas continuam sendo uma alternativa terapêutica importante para o tratamento de várias doenças. Porém, ainda é pequeno o percentual de espécies vegetais estudadas do ponto de vista farmacológico em relação à biodiversidade existente. Neste contexto, os relatos da medicina popular são importantes para a seleção de espécies com potencial terapêutico.
A equipe também explica que o tratamento de doenças gástricas é bastante oneroso, por isso, é importante a pesquisa de novos agentes terapêuticos mais seguros e eficazes e com menor custo. Dentre as vantagens da invenção das pesquisadoras, agora registrada formalmente junto ao governo brasileiro, destaca-se uma dosagem necessária pequena, evitando os potenciais efeitos colaterais que podem ser imediatos ou cumulativos.
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