Depois de quase três dias em lockdown, a cidade de Pelotas reabriu parte dos estabelecimentos no início da tarde desta terça-feira. O fechamento, que começou às 20h do sábado, teve como principal objetivo frear a disseminação do novo coronavírus na cidade, que levou os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) a 90% da capacidade total.
A prefeita Paula Mascarenhas, informou que, no fim de semana, a cidade conseguiu alcançar 78,4% de índice de isolamento social, o que não era registrado desde março. "Cheguei, em alguns momentos, a ficar emocionada com as fotos que me enviavam, não fiquei feliz, pois eu gosto de ver as ruas cheias em tempos normais, mas percebi o quanto o povo de Pelotas sabe ser solidário, ter empatia, se colocar no lugar do outro; fiquei orgulhosa de ser pelotense", disse a gestora municipal.
A prefeita comentou que o percentual a que se chegou só foi possível com a medida extrema e, segundo ela, este era o maior objetivo. "Sei que o período, cientificamente, não impacta muito, mas eu queria buscar a conscientização da comunidade quanto a este índice, que já tínhamos atingido lá no início da pandemia e só conseguimos, neste mês, com o lockdown", analisou.
Na sequência, Paula assinalou que Pelotas não vai conseguir manter o mesmo isolamento com o retorno das atividades, e pediu a ajuda de todos a fim de que não se volte ao patamar de 40%, pois é considerado como muito baixo pela prefeitura. Sobre um novo bloqueio, Paula antecipou que vai se reunir com as frentes, que operaram o fechamento da cidade, com a meta de avaliar os dois dias e meio e, também, examinar os próximos dias da pandemia no município. "Não é desejo de nenhum gestor fazer um lockdown, parar a vida das pessoas, por isso preciso da contribuição da população quanto ao isolamento, mas, se for necessário, iremos organizar um novo lockdown", explicou a prefeita.
A chefe do Executivo também salientou a urgente necessidade de contratação de equipes médicas para abrir mais leitos de UTI. Hoje, a prefeitura tem alugados 30 leitos intensivos, prontos, que aguardam os profissionais para serem abertos e começarem a operar. "Temos 30 leitos de UTI esperando equipes de saúde, não estamos de braços cruzados; estamos trabalhando muito e espero trazer uma notícia positiva nos próximos dias", destacou Paula.