A Universidade do Vale do Taquari (Univates) e a prefeitura de Lajeado fizeram a divulgação dos resultados preliminares de pesquisa sobre a
frequência do coronavírus no município. A primeira fase da pesquisa foi realizada de 30 de maio a 4 de junho no município, com uma amostra de 1.450 participantes. A cidade é a líder em casos de Covid-19 no Rio Grande do Sul.
Da amostra, 45 pessoas (3,1%) foram positivas para coronavírus, prevalência 14 vezes maior do que a encontrada na
última rodada da pesquisa realizada pela Universidade Federal de Pelotas (Ufpel). Com a prevalência de 3,1% encontrada, a estimativa é que haveria duas mil pessoas contaminadas na cidade. Como Lajeado tinha 1440 casos confirmados no término da pesquisa, pode ser uma das cidades com a menor subnotificação do Estado.
Enquanto o estudo feito pela instituição federal, que abrangeu todo o Estado, em estimou nove casos não notificados para cada positivo, Lajeado aponta menos de um caso não notificado para cada positivo. Dos participantes, 952 respondentes são do sexo feminino (65,7%) e a média de idade foi de 49,5 anos. Entre o total dos participantes, 61 eram trabalhadores de frigoríficos. Destes, sete foram positivos. Com os dados e ajustes estatísticos, provou-se nesta primeira etapa que a probabilidade de
prevalência da doença entre trabalhadores de frigoríficos é 207% maior que para demais trabalhadores.
A pesquisa também procurou saber quais sintomas tinham maior incidência entre aquelas que testaram positivo para a Covid-19. O três mais citados foram diarreia (13,3%), tosse e dor muscular (11,1% cada). Houve uma associação significativa entre coronavírus positivo e paciente que relataram ter asma e hipertensão. A prevalência de coronavírus entre os hipertensos foi de 4,2%, enquanto que entre os não hipertensos, a prevalência foi de 2,3%. A prevalência de coronavírus entre os asmáticos foi de 5,7%, contra 2,6% nos não asmáticos. Os participantes positivos referiram sair em média 3 a 4 dias por semana, enquanto que entre os negativos a média foi de 2,8.
Para a professora Simone Stülp, coordenadora administrativa da pesquisa e Diretora de Inovação e Sustentabilidade da Univates, a pesquisa dará uma mapeamento completo do comportamento da pandemia. "É um projeto que visa, para além de conhecer o retrato da cidade em termos de contaminação, poder oferecer ao poder público subsídios para tomada de decisões e estratégias públicas de enfrentamento à doença. Essa pesquisa epidemiológica, também, é uma oportunidade ímpar de sermos uma referência extremamente positiva do ponto de vista de gerar conhecimento", analisa.
A pesquisa terá mais duas etapas. A segunda começa neste sábado e se estende até 17 de junho, com 1,1 mil pessoas testadas. Já a terceira tem início previsto para 27 deste mês, com finalização em 1 de julho. A divulgação do balanço completo será feito no mês que vem.