Uma das maiores pesquisas do país para detectar a prevalência da doença Covid-19 será realizada em Lajeado nas próximas semanas. O estudo, chamado "Pesquisa de Contaminação por Covid-19 na População de Lajeado", promoverá a testagem de 3.600 pessoas a partir da quinta-feira para verificar o percentual de moradores lajeadenses que já desenvolveram os anticorpos para a enfermidade causada pelo coronavírus. A pesquisa será feita em parceria com a Univates.
A pesquisa será realizada em três etapas, com intervalos de 14 dias entre cada uma. Este período é o intervalo de tempo adequado para detectar a expansão do vírus, cujo ciclo médio entre contaminação e cura é de 14 dias. Em cada etapa, 1.200 pessoas serão testadas por meio de teste rápido para verificar se já tiveram contato com o vírus, o que será indicado no resultado por meio da detecção dos anticorpos. A cada etapa, serão sorteadas residências dos diferentes bairros de Lajeado. Com isso, ao final do estudo, pelo menos 3.600 pessoas terão sido testadas.
"Estamos confiantes de que este será um grande passo para avaliarmos a real extensão da contaminação pelo coronavírus na nossa cidade, o que poderá contribuir para a elaboração de estratégias ainda mais precisas. Com o volume de testes que será feito, atingiremos mais de 4% da população, um percentual maior do que países como Coreia do Sul", disse o prefeito Marcelo Caumo.
A pesquisa que será realizada em Lajeado baseou-se no
modelo aplicado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em nove municípios gaúchos, com aperfeiçoamentos locais e ajustes quantitativos, já que haverá um percentual maior de testagens em Lajeado. Com uma população estimada em 84 mil pessoas, o volume de testes realizado em Lajeado garantirá uma menor margem de erro e uma boa avaliação da evolução da pandemia na cidade. A pesquisa também passará por aprovação do Comitê Nacional de Ética em Pesquisa, para garantir que a realização esteja em conformidade com preceitos científicos e que seus resultados possam ser usados em publicações da área.
O valor da pesquisa, de R$ 141 mil, será custeado pela prefeitura e será destinado principalmente à aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para uso dos pesquisadores, que precisarão trocar de roupas e luvas a cada visita realizada, e para custear as equipes. Os testes que serão utilizados, no valor de cerca de R$ 360 mil, foram repassados pela secretaria estadual da Saúde.