Em vigor desde quarta-feira,
o decreto que racionaliza o uso de água fornecida pelo Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep) gerou mobilização de diversos setores ativos da cidade em prol da economia e contra o desperdício. Taxistas, comerciantes de alimentos, hoteleiros, proprietários de restaurantes e trabalhadores da construção civil, entre outras áreas, estão aderindo à proposta de restrições de consumo.
A prefeitura de Pelotas, considerando a queda do nível da barragem do Santa Bárbara em virtude da estiagem prolongada e das elevadas temperaturas do verão, decretou a proibição do uso de água do Sanep para lavar automóveis e calçadas, molhar grama e jardins. Com a medida, o município espera que as perdas das reservas não sejam diariamente tão acentuadas. Na medição mais recente, a régua de medição do principal manancial da cidade, responsável por 60% do abastecimento, marcava 2,14 metros abaixo do normal.
Antônio Scott, taxista há 26 anos, deixou de usar grande quantidade de água para manter seu táxi limpo. "Agora, utilizo um pano úmido para passar no carro. Assim, gasto menos água e colaboro com a medida importante de restrição. Essa campanha tem que prosseguir, mesmo depois que a barragem normalizar. A água é vida e deve ser economizada em qualquer tempo", afirmou
Já no Mercado Central, a funcionária de uma banca de peixes, Cristina Bertineti, diz que toda a equipe está orientada a economizar. Trabalhando há sete anos no local, ela comenta que é preciso seguir as normas sanitárias de higiene e limpeza. "Agora, estamos controlando mais o uso da água. Os cuidados para não desperdiçar começam por fechar bem as torneiras. Dá para ajudar."
No setor de restaurantes e hotéis, Charles Arthur Stigger salienta que economizar água já faz parte dos hábitos da empresa. "Só lavamos a louça na máquina, pois o equipamento permite o processo com dezenas de unidades ao mesmo tempo e com quantidade mínima de água. Tudo o que é possível fazer para reduzir ainda mais o consumo no hotel e no restaurante está sendo adotado. Compartilhamos da preocupação tanto em casa como no ambiente de trabalho", contou
A construção civil também precisou mudar os hábitos. O mestre de obras Wanderley Brito já pediu a colaboração de sua equipe. "O setor requer o uso de água para tudo. No entanto, para colaborar com a economia, estamos racionalizando. A água utilizada para lavar ferramentas é reaproveitada para limpeza do local ou para preparação de algum material. Todos podem ajudar", afirma.