Diálogo com EUA sobre armas nucleares está congelado, diz Rússia

Yermakov afirmou que Moscou acredita que os Estados Unidos pretendem finalizar projetos para implantar mísseis de médio e curto alcance na Europa e na região Ásia no Pacífico

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A minesweeper of National Guard of Ukraine sits next to weapons left by Russian troops in Chernobyl zone, during an exhibition in Chernobyl on April 26, 2022. - Russia's temporary takeover of the Chernobyl site was "very, very dangerous" and raised radiation levels but they have now returned to normal, the head of the UN atomic watchdog said on April 26, 2022. (Photo by Sergei SUPINSKY / AFP)
O diálogo entre Moscou e Washington sobre estabilidade estratégica no que diz respeito ao controle de armas nucleares está formalmente "congelado", informou no sábado (30) a agência de notícias russa Tass, citando uma autoridade do Ministério das Relações Exteriores.
Vladimir Yermakov, chefe de não proliferação nuclear do Ministério das Relações Exteriores, disse que esses contatos podem ser retomados assim que a Rússia concluir o que chama de "operação militar especial" na Ucrânia.
Yermakov afirmou que Moscou acredita que os Estados Unidos pretendem finalizar projetos para implantar mísseis de médio e curto alcance na Europa e na região Ásia no Pacífico. Ele, contudo, não apresentou provas para sustentar a afirmação. "O surgimento de tais armas nessas regiões vai piorar ainda mais a situação e alimentará a corrida armamentista", disse Yermakov.
Também neste sábado, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que a suspensão das sanções impostas ao país pelo Ocidente faz parte das negociações de paz com a Ucrânia. "As delegações russa e ucraniana estão discutindo diariamente por videoconferência um rascunho de um possível tratado", disse Lavrov, em comentário à agência de notícias oficial da China, Xinhua, publicado no site do Ministério das Relações Exteriores russo.
Kiev alertou na sexta-feira que as negociações sobre o fim da invasão da Rússia, agora em seu terceiro mês, correm o risco de entrar em colapso. O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, tem insistido desde que a invasão começou, em 24 de fevereiro, que as sanções ocidentais contra a Rússia precisam ser reforçadas e não podem fazer parte das negociações.