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Coreia do Norte

- Publicada em 27 de Maio de 2022 às 17:01

Coreia do Norte testa até água de rios para Covid-19 e diz que surto está sob controle

Trabalhadores norte-coreanos definfetam áreas públicas

Trabalhadores norte-coreanos definfetam áreas públicas


STR/KCNA VIA KNS/AFP/JC
Autoridades de saúde norte-coreanas estão aplicando testes de coronavírus em amostras de rios e lagos e desinfetando o ar e o lixo doméstico para tentar combater um surto de Covid no país, afirmou a mídia estatal nesta sexta-feira (27).
Autoridades de saúde norte-coreanas estão aplicando testes de coronavírus em amostras de rios e lagos e desinfetando o ar e o lixo doméstico para tentar combater um surto de Covid no país, afirmou a mídia estatal nesta sexta-feira (27).
O ditador Kim Jong-un declarou estado de emergência e impôs um lockdown nacional neste mês devido a uma onda sem precedentes da doença, que despertou preocupações em relação à falta de vacinas e de suprimentos médicos no país isolado.
Segundo a agência estatal KCNA, o regime está coletando amostras de várias fontes para verificar se as áreas estão infectadas. "Os setores antiepidêmicos de emergência priorizam o exame de amostras coletadas em rios e lagos, além de desinfetarem centenas de milhares de metros cúbicos de esgoto e milhares de toneladas de lixo todos os dias", diz o texto. Não se sabe quais foram os métodos de teste e desinfecção nem, portanto, sua eficácia como medida contra o coronavírus.
Um vídeo fornecido pela KCNA mostrou um grupo de funcionários usando roupas de proteção e máscaras transportando caixas com placas com os dizeres "carregamento de amostra" e "teste de bactéria e vírus". A agência Reuters não conseguiu verificar de forma independente as informações contidas no vídeo.
"As autoridades estão coletando amostras de pessoas com febre... e testando bebidas produzidas em fábricas de água de Pyongyang para garantir que estejam limpas e seguras", disse Jo Chol Ung, vice-chefe do Centro Municipal de Higiene e Antiepidemia de Pyongyang, no comunicado.
A Coreia do Norte disse no ano passado que desenvolveu seus próprios equipamentos para o exame de PCR (reação em cadeia da polimerase), mas nunca confirmou quantas pessoas tiveram resultado positivo, divulgando apenas o número daquelas que têm febre como sintoma.
Cerca de 100 mil pessoas tiveram o sintoma na noite de quinta-feira (26), uma redução em relação aos quase 400 mil registrados há cerca de dez dias, divulgou, também nesta sexta, a KCNA, citando dados do centro estadual de prevenção de epidemias.
A agência estatal reiterou a mensagem divulgada no fim de semana de que o surto está sob controle, afirmando que a mortalidade caiu "drasticamente", que há uma tendência de "estabilização" dos contágios e que um "progresso" foi feito no diagnóstico e no tratamento de pacientes graças aos "esforços altruístas" dos médicos.
O número total de pacientes com febre desde abril subiu para 3.270.850 - a população é de 25 milhões - e o número de mortos, para 69. Especialistas afirmam, porém, que esses números podem ser subnotificados e dificultam a avaliação da escala da situação.

Pyongyang importou máscaras e ventiladores antes de anunciar 1º surto

Dados comerciais divulgados por Pequim nesta sexta-feira mostram que a Coreia do Norte importou da China milhões de máscaras, mil ventiladores e outros suprimentos médicos nos meses anteriores ao reconhecimento do primeiro surto de Covid no país.
A ditadura, que anunciou os primeiros casos de Covid em 12 de maio, comprou, de janeiro a abril, mais de 10,6 milhões de máscaras da China - em dezembro de 2021 não havia adquirido nenhuma. Nesses quatro meses, a China também exportou quase 95 mil termômetros para lá, mais de 33 vezes o valor total de 2021.
Mil ventiladores não invasivos também foram encaminhados ao país em abril, no valor de US$ 266.891, assim como suprimentos laboratoriais que podem ser usados em kits de testes de Covid. Outras exportações médicas incluíram luvas de borracha e roupas de proteção.
A Coreia do Norte fechou suas fronteiras para quase todo o comércio durante a maior parte da pandemia, permitindo apenas recentemente a entrada de suprimentos e produtos em trens e navios vindos da China. Três aeronaves da Air Koryo, companhia norte-coreana, foram até a China e retornaram a Pyongyang na semana passada carregando suprimentos médicos, afirma uma fonte diplomática.
O ditador Kim Jong-un culpou autoridades pela lenta reação ao surto de Covid e mobilizou militares para trabalharem nas farmácias de Pyongyang. A mídia estatal disse, no último fim de semana, que a epidemia está sob controle e a KCNA reiterou a mensagem na terça-feira. "As taxas de mortalidade em todo o país caíram drasticamente", disse a agência de notícias.
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