Alemanha é a maior compradora de energia da Rússia desde o início da guerra

Pesquisadores estimam que apenas a Alemanha pagou cerca de 9,1 bilhões de euros em entregas de combustíveis fósseis

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(FILES) In this file photo taken on May 28, 2015, an employee checks equipment at the Dashava underground gas storage facility near Striy, outside Lviv, Ukraine - The US and its European allies are scouring global markets for alternative energy sources to mitigate fallout from any conflict with major energy exporter Russia over Ukraine, a senior US official said on January 25, 2022. (Photo by ANATOLII STEPANOV / AFP)
A Alemanha foi a maior compradora de energia da Rússia durante os dois primeiros meses da guerra na Ucrânia, de acordo com o Centro para Pesquisa sobre Energia e Limpeza do Ar, grupo de pesquisa independente. Estudo dessa entidade calcula que a Rússia já conseguiu 63 bilhões de euros (US$ 66,5 bilhões) com as exportações de combustíveis fósseis desde 24 de fevereiro, data em que as tropas russas atacaram a Ucrânia.
Usando dados de movimentos de embarcações, monitoramento em tempo real de fluxos de gás por gasodutos e estimativas baseadas em registros anteriores mensais de comércio, os pesquisadores estimaram que apenas a Alemanha pagou cerca de 9,1 bilhões de euros em entregas de combustíveis fósseis, em sua maioria gás natural, nos primeiros dois meses da guerra.
Especialista sênior em energia do Instituto Alemão para a Pesquisa Econômica, Claudia Kemfert, que não estava envolvida no estudo, disse que os números eram plausíveis, diante da forte alta recente nos preços dos combustíveis fósseis. No ano passado, a Alemanha pagou cerca de 100 bilhões de euros no total por suas importações de petróleo, carvão e gás, um quarto disso para a Rússia, lembrou Kemfert.
O governo alemão disse que não poderia comentar as estimativas e se recusou a fornecer dados próprios. Ele afirmou que isso teria de vir de companhias que atuam no setor. A Alemanha tem enfrentado críticas por sua dependência da Rússia nessa frente.
O Centro para Pesquisa sobre Energia e Limpeza do Ar, sediado na Finlândia, diz que o segundo maior importador do setor na Rússia foi a Itália, nos dois meses iniciais da guerra, com 6,9 bilhões de euros, seguido pela China, com 6,7 bilhões. Coreia do Sul, Japão, Índia e Estados Unidos também fizeram compras em energia russa após o início da guerra, mas muito menos que a União Europeia. O bloco, como um todo, representa 71% do total da receita russa com petróleo, gás e carvão no período, mostrou o levantamento.