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11 de Setembro

- Publicada em 09 de Setembro de 2021 às 21:56

Há 20 anos, o mundo mudava com a queda das Torres Gêmeas

Choques dos dois aviões contra as torres causaram 2.993 mortes e mais de 8.900 feridos

Choques dos dois aviões contra as torres causaram 2.993 mortes e mais de 8.900 feridos


Jose Jimenez/Primera Hora/Getty Images/AFP/JC
Os relógios marcavam 8h46min em Nova York. O dia era 11 de setembro de 2001. Era uma terça-feira ensolarada na principal metrópole da maior potência do mundo. A cidade amanhecia naquele dia como o fazia em qualquer outro. Ninguém imaginava, não passava pela cabeça de absolutamente nenhuma pessoa que circulava apressadamente pelas ruas da Big Apple, que seu dia, seus destinos, suas vidas e o mundo todo iria mudar em questão de segundos. Foi exatamente nesse horário – 9h46min de Brasília – que um avião Boeing 767 da American Airlines com 92 pessoas (cinco delas eram os sequestradores) a bordo foi arremessado contra uma das Torres Gêmeas do World Trade Center. Dezessete minutos depois, às 9h03min locais, outro Boeing 767, da United Airlines, com 67 pessoas (cinco sequestradores) se chocava contra a outra torre. Longe dali, às 9h37min, em Washington, uma terceira aeronave sequestrada foi lançada sobre o Pentágono e, às 10h03min, um avião da United Airlines caiu em campo aberto na Pensilvânia. Um total de 2.993 pessoas morreram e mais de 8.900 ficaram feridas.
Os relógios marcavam 8h46min em Nova York. O dia era 11 de setembro de 2001. Era uma terça-feira ensolarada na principal metrópole da maior potência do mundo. A cidade amanhecia naquele dia como o fazia em qualquer outro. Ninguém imaginava, não passava pela cabeça de absolutamente nenhuma pessoa que circulava apressadamente pelas ruas da Big Apple, que seu dia, seus destinos, suas vidas e o mundo todo iria mudar em questão de segundos. Foi exatamente nesse horário – 9h46min de Brasília – que um avião Boeing 767 da American Airlines com 92 pessoas (cinco delas eram os sequestradores) a bordo foi arremessado contra uma das Torres Gêmeas do World Trade Center. Dezessete minutos depois, às 9h03min locais, outro Boeing 767, da United Airlines, com 67 pessoas (cinco sequestradores) se chocava contra a outra torre. Longe dali, às 9h37min, em Washington, uma terceira aeronave sequestrada foi lançada sobre o Pentágono e, às 10h03min, um avião da United Airlines caiu em campo aberto na Pensilvânia. Um total de 2.993 pessoas morreram e mais de 8.900 ficaram feridas.
O século XXI recém havia começado. Muita coisa iria mudar a partir dali.
Os 20 anos do maior atentado terrorista da história serão lembrados neste sábado em meio ao caos provocado pela saída das forças militares dos Estados Unidos do Afeganistão e pela retomada do poder por parte do grupo extremista Taleban. Quatro presidentes passaram pela Casa Branca durante a ocupação norte-americana do Afeganistão – George W. Bush, Barack Obama, Donald Trump e, agora, Joe Biden.
A justificativa para a invasão do Afeganistão, iniciada menos de um mês depois dos atentados tramados pela Al-Qaeda liderada por Osama bin Laden, foi a de destruir células do grupo terrorista que agia em território afegão sob a proteção do regime Taleban. O resultado da ação militar de duas décadas é um pais convulsionado, controlado por uma milícia fanática armada e que deve ser o mais novo centro de origem de refugiados no mundo.
Mas, olhando em retrospectiva, qual o significado histórico e o impacto geopolítico dos fatos ocorridos há 20 anos?
Para o professor do Programa de Pós-graduação em Estudos Estratégicos Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, André Luiz Reis da Silva, até hoje são objeto de debate e análise sobre suas consequências. Segundo ele, para alguns, foi um sintoma do processo de decadência norte-americana. Para outros, mostrou sua força e capacidade de recuperação.
“Foi a maior ação terrorista de nossa era, cometida contra a maior potência militar, uma enorme violência assistida praticamente em tempo real por todo o planeta. Apesar do seu forte impacto inicial e suas consequências, eu diria que o 11 de Setembro pouco alterou ou até acelerou a grande marcha da transformação geopolítica global, que é o progressivo deslocamento do epicentro econômico e político-militar do ocidente para a Ásia, acompanhado de uma multipolarização das relações internacionais”, afirma o doutor em Ciência Política pela Ufrgs e pós-doutor em Relações Internacionais pela Universidade de Londres.
Os atentados contra as Torres Gêmeas e o Pentágono não tiveram um motivo claro e específico. O coordenador do curso de Relações Internacionais da Universidade do Vale do Taquari (Univates), professor Mateus Dalmáz, acredita que o ataque do grupo extremista contra as Torres Gêmeas foi resultado de uma relação desgastada entre os Estados Unidos e grupos políticos do Oriente Médio, os quais procuraram revidar intervenções estadunidenses feitas durante a Guerra Fria.
Na visão de Dalmáz, o fim da Guerra Fria (1947-1991), aliás, transformou de tal modo o cenário das relações internacionais que influenciou até a ocorrência do atentado de 2001. A mudança de um sistema de poder bipolar (EUA x URSS) para um sistema multipolar, com os Estados Unidos restando como a única superpotência, acabou por pulverizar os conflitos, que ficaram restritos a dimensões regionais.
Assim, conforme o estudioso, após a Guerra Fria, as crises internacionais envolvem interesses específicos de atores internacionais, não sendo esses compartilhados por outros Estados internacionalmente. “O 11/9 mais escancarou um sistema internacional multipolar com conflitos regionais do que inaugurou esse perfil no sistema internacional. Trouxe como novidade, apenas, o fato da autoria dos atentados não ter sido feita por um Estado, e sim, por um grupo islâmico extremista, o que dificultou a reação estadunidense”, destaca.
Assim, a invasão do Afeganistão e a posterior guerra no Iraque (2003), que acabou por dar cabo ao regime de Saddam Hussein, também foram formas de os EUA reafirmarem seu papel de domínio global em um momento de multiplicação de atores relevantes globalmente. “A reação norte-americana ao 11 de Setembro foi, por um lado, dar uma resposta imediata à abalada sociedade do país e, por outro, aproveitar a oportunidade para afirmar sua liderança global, sua superioridade militar e ocupar espaços no Oriente Médio e na Ásia Central, dentro desse cenário geopolítico. Além disso, o tema do terrorismo ganhou espaço na agenda internacional e conferiu certa legitimidade para ações securitárias e intervenções militares”, enfatiza Silva.

Intervenções armadas buscam satisfazer interesses e não melhorar situações de países

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Ataque da Al-Qaeda motivou a invasão norte-americana do Afeganistão. Foto: Doug Kanter/AFP/JC
O período de duas décadas foi de várias intervenções armadas dos EUA em outros países - Iraque, Síria, são exemplos -, com ampla utilização de ataques por meio de drones matando lideranças políticas e militares, como o general iraniano Qassem Soleimani. Analisando a retirada dos EUA do Afeganistão e, olhando para trás, vê-se que nenhuma das intervenções resultou no surgimento de um país estabilizado. Ao contrário, as nações invadidas acabaram se desintegrando socialmente.
O professor da Ufrgs aponta que as intervenções armadas que objetivam mudança de regime costumam ser desastrosas a curto e longo prazo, na medida em que o custo de vidas, a destruição da infraestrutura e a desorganização econômica e social em geral fragilizam ainda mais o país ocupado. “O governo deixado lá, em geral com baixa legitimidade interna e associado ao poder estrangeiro invasor, não consegue se sustentar em longo prazo após o fim das operações militares. A experiência ensina que as enormes fraturas e feridas abertas não são curadas com intervenção militar externa”, salienta Silva.
Já para Dalmáz, o objetivo de intervenções militares de grandes potências não é necessariamente construir nações estabilizadas, tendo mais a ver com interesses em aumentar ou manter poder no âmbito externo. “Durante o processo decisório dos atores internacionais para promover uma intervenção direta, vários fatores são levados em consideração - apoio do eleitorado, internamente, apoio dos aliados externamente, custos etc. E o que mais importa é garantir poder”, afirma o pesquisador da Univates. Assim, segundo ele, derrubar ou apoiar governos, atacar ou pressionar Estados, participar ou não de acordos multilaterais, defender direitos humanos, sociais e ambientais ou não são meios para se atingir um fim, que é o poder.
Dalmáz, que é doutor em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), ressalta que os últimos 20 anos não tiveram um perfil diferente do que sempre houve nas relações internacionais, com estratégias diversas para se obter poder, não importando os meios. Um bom exemplo disso é a relação dos EUA com o Taleban. “Norte-americanos financiaram o Taleban nos anos 1980, não se importaram com o governo Taleban entre 1996 e 2001, derrubaram o Taleban para dar uma resposta ao 11 de Setembro, e permitiram o retorno do Taleban ao governo após avaliar que a intervenção no Afeganistão já era desnecessária”, explica o professor.

A representatividade do atentado para a geopolítica mundial

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Somente no Pentágono, 125 pessoas perderam a vida na ação. Foto: Luke Frazza/AFP/JC
Muito se fala sobre o que os ataques ao World Trade Center representaram para o mundo e as relações internacionais a partir dali. Os processos decorrentes do atentado ainda estão em curso e, por ser um sistema muito dinâmico, a análise a respeito do que mudou depois daquele dia precisa levar em conta essas flutuações no cenário geopolítico global.
Para o professor da Univates, não é possível tratar o 11 de Setembro como um "divisor de águas" nas relações internacionais. “Ele faz parte de um processo de mudanças que teve início com o fim da Guerra Fria”, observa Dalmáz.
Silva, por sua vez, aponta que os grandes processos econômicos, tecnológicos e geopolíticos continuaram sua marcha, mas houve mudanças significativas depois do 11 de Setembro, relacionadas em como uma superpotência lida com a ascensão de novos poderes - concretos e difusos - no cenário global e nas perspectivas de ameaças e segurança internacional. “As perspectivas otimistas e até triunfalistas pós-Guerra Fria sofreram um forte abalo. Para o Ocidente, foi um duro golpe e provocou uma aceleração de suas contradições e do que poderíamos chamar de crise civilizacional. E esta crise civilizacional se manifesta atualmente com a crise das instituições multilaterais, com a ascensão de governos de inspiração fascista, de pessimismo e desagregação das instituições, da política baseada na exacerbação do conflito, na intolerância religiosa, na fragilização da democracia e numa crescente insensibilidade com a miséria social e a degradação ambiental”, afirma o acadêmico.

Terrorismo saiu das manchetes, mas ameaça continua presente

André Reis e Mateus Dalmáz falam sobre as duas décadas do 11 de Setembro

André Reis e Mateus Dalmáz falam sobre as duas décadas do 11 de Setembro


Montagem sobre fotos de Arquivo Pessoal e Nicole Moras/DIvulgação/JC
Jornal do Comércio - O terrorismo ganhou as manchetes do mundo todo após o atentado contra as torres gêmeas. Hoje, a impressão é de que esse assunto perdeu força no noticiário. O que ocorreu nesse período? As organizações terroristas e suas células foram suprimidas ou o foco do Ocidente mudou, saindo do terrorismo e passando a ser mais os interesses econômicos, principalmente mirando a China?
André Luiz Reis da Silva - Essa pergunta é bastante complexa. A questão colocada se refere a fenômenos que ocorrem em faixas próprias, mas que se intercruzam, quando se discute a crise da hegemonia norte-americana e sua dificuldade em manter o domínio estratégico sobre um mundo cada vez mais multipolar, complexo e multifacetado. Novas potências pós-Guerra Fria estão lentamente (re)construindo suas áreas de influência, o que pode gerar fricções nos próximos anos. Já o terrorismo ainda existe, como sempre existiu. E pode assumir suas diversas formas (terrorismo estatal, grupos não-estatais, ideológicos, religiosos, micro nacionais, regionais) e se manifestar em diversas localidades do planeta. A questão é que o atentado contra as torres gêmeas (2001), seguido depois dos atentados em Madrid (2004) e Londres (2005), além dos diversos atentados promovidos por células do Estado Islâmico em diversos países europeus na última década, atingiram diretamente as zonas centrais do Ocidente, que provocou a reorganização da percepção de ameaça destes governos, conferindo centralidade para o tema do terrorismo. De fato, organizações como Al Qaeda e o Estado Islâmico ficaram enfraquecidos nos últimos anos, com a morte de líderes, desmantelamento de células e também enfraquecimento de sua capacidade econômica. Com isso, se deu um deslocamento da percepção de ameaça do terrorismo para focar novamente na competição geopolítica, em especial com Rússia e China. Entretanto, como as condições para o surgimento do terrorismo não se extinguiram, também não se extinguiram suas ameaças.
Mateus Dalmáz - O terrorismo não saiu de cena e aparece no noticiário conforme a viralização que um atentado ganha nas mídias. Exemplo disso são os atos envolvendo o Estado Islâmico, o grupo extremista sunita que tenta criar um Califado no interior do Iraque e da Síria e que tem ramificações na Nigéria e no Afeganistão. Concomitante aos atos terroristas e às reações dos Estados envolvidos, há a disputa entre as grandes potências por maior exercício de poder, especialmente a tentativa dos candidatos à superpotência (China, Rússia e União Europeia) em atingir esse status. Há disputas circunscritas aos continentes por liderança regional (como a rivalidade do Brasil com a Argentina, dos países islâmicos com Israel, da Índia com o Paquistão, da Turquia com a Grécia et.). Existe uma pluralidade de disputas por poder ocorrendo ao mesmo tempo e as mídias interativas e de massa prestam atenção nos eventos que acabam sendo "espetacularizados", inclusive e principalmente nas redes sociais. O que aparece de modo espetacular nas mídias, viraliza.
JC - Os EUA são a maior potência militar que já existiu na história. O orçamento da defesa norte-americana em 2022 é de US$ 753 bilhões - 1,7% maior do que o de 2021. Desde o 11 de Setembro, o terrorismo passou a ser uma espécie de inimigo público número 1 dos Estados Unidos. Ainda assim, com todo esse poder militar, o terrorismo internacional não foi eliminado. Por quê? Ele, por suas características próprias - descentralizado, com lideranças capilarizadas - não pode ser eliminado?
Silva - Com o fim da Guerra Fria, no final dos anos 1980, foram retirados alguns esteios que sustentavam a ordem internacional, diversos conflitos latentes descongelaram e se multiplicaram pelo mundo afora. Os Estados Unidos, ao mesmo tempo em que se preocupam (até hoje e cada vez mais) com possíveis potências desafiantes (como Rússia e China) também têm interesses estratégicos globais, seja para assegurar fontes de energia, mercados, matérias primas e aliados. Mas a oposição a estes interesses não está vindo somente de um Estado forte, simétrico, no qual haveria alguma previsibilidade nas ações, mas de grupos, redes, e governos de países menores e frágeis. O conceito de “guerra assimétrica”, onde os contendores têm poderes e táticas diferenciados, não era novo, mas ganhou expressividade. E a vitória militar depende de capacidades e de fatores contextuais. E nem sempre vitória militar significa vitória política. Nesse sentido, vemos a maior potência militar do planeta enredada em conflitos com grupos de diversos formatos, como Estado Islâmico, Al Qaeda, Taleban, entre tantos outros, e intervindo em países fracos, como Afeganistão, Iraque, Líbia. A maioria destas intervenções tem gerado soluções precárias e frustrantes.
Dalmáz - Basicamente porque o terrorismo não tem um "endereço", um Estado claramente identificado com os grupos extremistas, os quais possuem diversas células, no interior de diferentes países, com capacidade de financiamento. Os recursos dos grupos terroristas são derivados tanto do controle de comércio e tráfico e de doações de fiéis, quanto do suporte de Estados que tem interesse em financiar determinados grupos, conforme a conjuntura. O terrorismo, portanto, nem sempre é combatido: ele pode, às vezes, ser a estratégia através do qual um conjunto de Estados faz uso para debelar governos.
JC - Nenhuma ação militar se dá sem que se pense nas áreas de influência das grandes potências. Vendo por esse ponto de vista, com a saída dos EUA do Afeganistão, é possível prever qual deve ser o próximo foco militar de ação norte-americano?
Silva - Eu diria que o conflito no Afeganistão não acabou. Apenas vai ser redimensionado, com a entrada de novas potências e a rediscussão do engajamento norte-americano. Tudo vai depender de como será preenchido este momentâneo vácuo de poder na região. Agora, com os EUA tendo interesses globais, qualquer região poderia, potencialmente, ser o próximo foco militar. A atabalhoada retirada do Afeganistão traz um amargo gosto de derrota da estratégia dos EUA para a região, que impulsionará uma rediscussão sobre o papel do país no mundo e também sua estratégia. Assim, os novos focos de atuação dos EUA vão depender dessa nova estratégia. Como a maioria dos analistas, eu apostaria nas zonas do “arco de crises”, que se estende do Norte da África, passando pelo Oriente Médio e Ásia Central, alcançando então a península coreana. Como os Estados Unidos evitarão um confronto direto com a China, a tendência seria tentar sua contenção numa condição segura. Para os próximos anos, apenas a título de especulação, alguns analistas apostam também em uma “securitização climática e ambiental”, com possibilidade de pressão sobre governos de países a serem considerados uma ameaça ambiental. A primeira luta seria então pela definição de segurança climática. Tudo vai depender também das definições do governo Biden sobre a nova estratégia norte-americana para o mundo e seu grau de engajamento.
Dalmáz - O foco militar é difícil de prever. Os interesses estadunidenses, sim, são mais fáceis de identificar. Parece claro que a gestão Biden pretende se diferenciar da Era de Trump e, para isso, retomou a retórica de defesa do meio-ambiente, de participação em fóruns multilaterais, de respeito à autodeterminação dos povos. Em dois aspectos o governo Biden é parecido com o de Trump: ambos usam das mais diferentes estratégias para manter o status de superpotência (em especial a rivalidade com a China é um dos focos principais); ambos discursam e atuam no âmbito externo também preocupados em agradar o eleitorado no âmbito doméstico (os eleitores de Trump, os republicanos conservadores, queriam o unilateralismo estadunidense, os eleitores de Biden, os democratas, preferem o multilateralismo, por exemplo).