As conversas seriam mediadas por atores internacionais com o apoio da Noruega, que também foi facilitadora em uma tentativa anterior de negociação em 2019, que não produziu resultados significativos. "Aceitamos (sediar) porque buscamos que haja diálogo e acordos entre as partes", disse o presidente Andrés Manuel López Obrador em sua entrevista matinal, sem especificar a data das negociações. "Tenho esperança de que um acordo será alcançado."
Em maio, parte da oposição venezuelana, liderada por Juan Guaidó, mudou de estratégia e mostrou disposição em retornar às negociações para resolver a crise política no país, mas muitos ainda são céticos sobre as verdadeiras intenções do governo.
Maduro insiste em que a pauta precisa se concentrar na suspensão das sanções dos Estados Unidos, a maior parte imposta pelo ex-presidente Donald Trump há dois anos, em uma tentativa fracassada de tirá-lo do poder.
A Casa Branca acompanha a iniciativa da Noruega, mas já deixou claro que a suspensão das sanções que mais asfixiam o país - nesta semana foram liberadas operações comerciais de gás liquefeito de petróleo, GLP - só ocorrerá caso "sejam produzidos avanços significativos com a oposição, para alcançar eleições confiáveis, inclusivas e transparentes".
O presidente venezuelano tem lidado com um colapso econômico, social e político desde que assumiu o cargo, em 2013, e enfrenta acusações de corrupção, violações de direitos humanos e fraude na eleição de 2018, tanto de seus oponentes internos quanto dos Estados Unidos e da União Europeia. Ele nega todas as acusações.
Em junho, diplomatas de alto escalão em Washington, Bruxelas e Ottawa disseram que estariam dispostos a revisar as sanções ao governo se o diálogo com a oposição tiver um progresso significativo e levar a eleições livres e justas. Um recente comunicado de autoridades norte-americanas, canadenses e da UE menciona, ainda, que as eleições devem ser "regionais, parlamentares e presidenciais".
A Venezuela realiza eleições para governadores e prefeitos em 21 de novembro. A oposição, mais uma vez, está dividida sobre a participação no pleito, embora o governo tenha, pela primeira vez em anos, incluído pessoas não alinhadas com o regime no Conselho Nacional Eleitoral.