Pressionada pela lentidão de sua vacinação e encorajada por resultados obtidos no Reino Unido, a França voltou atrás da decisão de não usar a vacina de Oxford/AstraZeneca em maiores de 65 anos. O imunizante é o principal do programa de vacinação do governo federal no Brasil, onde é usado sem restrição de idade. O imunizante já havia sido aprovado sem restrições pela agência reguladora da União Europeia (EMA), mas dezenas de países limitaram seu uso por falta de dados sobre seu efeito nos idosos.
O presidente francês, Emmanuel Macron, chegou a dizer que a vacina parecia "quase ineficaz" nas maiores faixas etárias, o que provocou uma onda de rejeição e o risco de desperdício do produto de Oxford. Em esforço para reverter a confiança, o próprio ministro da Saúde, Olivier Véran, de 40 anos, se deixou fotografar recebendo uma dose do imunizante. Na segunda (1º), anunciou que o imunizante passaria a ser usado em idosos de 65 a 74 anos.
Segundo dados do Centro Europeu de Controle de Doenças (ECDC) desta terça, a França usou até agora apenas 138 mil das 1,2 milhão de doses que recebeu da vacina de Oxford. No cômputo total, o país é também um dos menos adiantados na imunização, com 63,7% das doses utilizadas até agora e 9,6 injeções aplicadas por 100 habitantes.
Como comparação, a Alemanha - que também enfrenta críticas por lentidão- aplicou 12,2 doses por 100 habitantes e usou 67,8% de seus estoques. O governo alemão ainda mantém sua decisão de não administrar a vacina de Oxford nos idosos,
assim como a Suíça.