Em 2016, o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, impediu o então presidente Barack Obama de preencher uma vaga na corte sob o argumento de que aquele era um ano eleitoral e, portanto, seria mais prudente aguardar o pleito.
McConnell, no entanto, já indicou que deve autorizar a votação do nome escolhido por Trump. Em comunicado, o parlamentar explicou que a situação é diferente do quadro de quatro anos atrás porque, desta vez, o mesmo partido controla a Casa Branca e o Senado. "O nomeado do presidente Trump vai receber o voto no plenário do Senado dos Estados Unidos", garantiu.
Para o ex-presidente Obama, a legenda governista não pode iniciar a sucessão de Ginsburg antes da posse de uma nova legislatura. Segundo ele, a norma foi "inventada" pelos próprios republicanos e, agora, precisa ser respeitada. "Um princípio básico da lei - e da justiça diária - é que precisamos aplicar as regras com consistência, não baseados em que é conveniente e vantajoso no momento", argumentou, em nota.
Candidato democrata à presidência, Joe Biden lembrou o legado de Ginsburg como voz firme em defesa da igualdade de gênero e chamou a juíza de "heroína americana". O ex-vice-presidente foi categórico: "Deixe-me ser claro: os eleitores devem escolher um presidente e um presidente deve escolher o sucessor da juíza Ginsburg".
O líder da oposição no Senado, Chuck Schumer, repetiu a mesma declaração feita por McConnell logo após a morte do juiz Antonin Scalia, em 2016. "O povo americano deve ter voz na seleção do novo juiz da Suprema Corte. Portanto, essa vaga não deve ser preenchida até que tenhamos um novo presidente", escreveu no Twitter.
O presidente Trump, que realizava um comício no momento da confirmação da morte de Ginsburg, reagiu à notícia dizendo que ela era "uma mulher incrível". Mais tarde, o líder da Casa Branca destacou, em comunicado, que a juíza era uma "batalhadora" e inspirava muitos americanos, mas não deu sinais de como pretende conduzir a sucessão da magistrada.