O presidente Donald Trump assinou um memorando nesta terça-feira (21), que impede a contagem de imigrantes em situação irregular nos Estados Unidos quando os distritos eleitorais do Congresso norte-americano forem redesenhados na próxima legislatura. Essa contagem, que determina as cotas de representação no Congresso, é feita durante o censo realizado este ano no país.
Desde que assumiu a presidência, em 2017, Trump trava uma luta contra os imigrantes.
Profissionais e advogados especialistas em censo dos EUA dizem que há dúvidas sobre a legalidade da ação. Em teoria, ela beneficia o Partido Republicano, de Trump, ao eliminar uma grande parte da população imigrante não branca e em situação irregular da contagem, criando distritos de eleitores mais caucasianos, inclinados a votar no partido, segundo os analistas.
"Determinei, pelo respeito à lei e à proteção da integridade do processo democrático, a exclusão dos estrangeiros ilegais do sistema de divisão", disse o presidente em uma carta enviada ao secretário de Comércio, responsável pelo censo, realizado a cada dez anos.
"A inclusão desses imigrantes ilegais na contagem da população do Estado para a distribuição pode resultar na alocação de duas ou três cadeiras a mais", afirma o memorando. A resposta dos democratas e dos advogados de imigração foram rápidas e condenatórias.
Dale Ho, advogado da União Americana pelas Liberdades Civis (Aclu), disse que levará a decisão aos tribunais. "Nos vemos na corte (Trump), e vamos vencer", disse ele em um comunicado. Tom Perez, presidente do Comitê Nacional Democrata, considerou a medida uma "ordem inconstitucional que não tem outro propósito senão silenciar e destituir vozes latinas e de comunidades de cor".