Centenas de manifestantes tomaram as ruas de Minneapolis, em Minnesota, nos EUA, na quarta-feira (27), pela segunda noite consecutiva, para protestar contra a morte de um homem negro por um policial. Houve confusão e a polícia usou gás lacrimogêneo e disparou balas de borracha contra a multidão. Manifestantes colocaram fogo em lojas e saquearam comércios.
As imagens da abordagem causaram uma onda de indignação, pois mostram um policial branco ajoelhado no pescoço de George Floyd, de 40 anos, que dizia repetidamente: "não consigo respirar". No vídeo de 10 minutos, filmado por uma testemunha, o policial continua ajoelhado sobre seu pescoço para imobilizá-lo.
Testemunhas pedem ao policial que retire o joelho do pescoço do homem, observando que ele não estava se mexendo. Alguns dizem que "seu nariz está sangrando", enquanto outro pede: "saia do pescoço dele". Pouco depois, o homem parece não se mexer, antes de ser colocado em uma maca e transferido para uma ambulância.
Em comunicado, as autoridades policiais informaram que Floyd morreu "após um incidente médico durante uma interação policial". A polícia havia sido chamada para uma ocorrência em que um homem tentava usar cartões falsos em uma loja de conveniência. Depois da divulgação dos vídeos, as imagens foram enviadas para o Departamento de Execução Penal de Minnesota, que iniciou uma investigação.
Na manhã desta quinta-feira (28) ainda havia locais em chamas e moradores próximos jogando água na frente de suas casas para impedir o avanço do fogo. Alguns manifestantes se reuniram na casa do policial que deteve Floyd e na casa do promotor local, segundo o jornal The Star Tribune. Também houve protestos em Memphis e Los Angeles.
O prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, disse no Twitter na segunda-feira (25) que "quatro policiais envolvidos na morte de George Floyd foram demitidos". Em entrevista coletiva na terça-feira (26), Frey descreveu o incidente como "completa e absolutamente desastroso". "Acredito no que vi e o que vi está errado em todos os níveis", disse. "Ser negro nos EUA não deveria ser uma sentença de morte", completou.