Pela segunda noite seguida, protestos violentos contra o governo de Nicolás Maduro na Venezuela tomaram a capital Caracas e outras cidades do país nessa terça-feira (22). Para esta quarta-feira (23), os líderes de oposição convocaram uma manifestação nacional.
A poucos metros do palácio presidencial, jovens atearam fogo em barricadas enquanto gritavam pela queda de Maduro, na noite dessa terça. O parlamentar oposicionista Juan Manuel Olivares disse que pelo menos um manifestante morreu com ferimentos de bala.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram moradores da cidade de San Felix ateando fogo em uma estátua de Hugo Chávez.
O governo acusou a oposição de tentar provocar derramamento de sangue. Na cidade de Maracaibo, autoridades disseram que as forças de segurança apreenderam granadas, metralhadoras e uniformes da Guarda Nacional de uma célula "terrorista" de três pessoas, que, segundo autoridades, planejavam se infiltrar na marcha desta quarta.
Em um discurso televisionado na noite de terça, Maduro disse que cinco pessoas foram detidas, suspeitas de participar das ações. "Vamos pegar todos."
Maduro também acusou o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, de tentar derrubar seu governo e disse que vai rever a relação entre os dois países. "Vocês querem ser um país colonizado pelos gringos?", perguntou. Pence, nesta terça, declarou apoio aos manifestantes contrários a Maduro.
A oposição recuperou o ímpeto em seus esforços para confrontar o presidente, com o país enfrentando uma profunda crise política e econômica.
"Aqui estamos todos no mesmo barco: sem luz, sem água, sem remédio, sem gás e com um futuro incerto", escreveu no Twitter o presidente da Assembleia Nacional (controlada pela oposição), Juan Guaidó, instando os venezuelanos a participar do protesto nacional.