O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, foi reeleito em primeiro turno para um novo mandato de cinco anos, apontam levantamentos da mídia do país. Ele proclamou a vitória em um discurso em Ancara e ressaltou que o pleito do país deu uma "lição de democracia" para o mundo.
De acordo com contagem da Anadolu, agência de notícias oficial da Turquia, Recep Tayyip Erdogan tinha 52,59% dos votos, quando as urnas apuradas somavam 97,17%.
O segundo colocado, o oposicionista de centro-esquerda Muharrem Ince, tinha 30,76% dos votos. O curdo Selahattin Demirtas, também de esquerda, contava com 8,15%. A conservadora Meral Aksener somava 7,41%. O islamita Temel Karamollaoglu e o esquerdista Dogu Perinçek somavam juntos 1,09%.
Segundo Erdogan, a hora agora é de deixar de lado as tensões que marcaram o período eleitoral. "Nosso foco é o futuro da Turquia. Vamos continuar todos os esforços para tornar a Turquia mais forte em todos os campos", afirmou o presidente reeleito. "A segurança nas urnas e na votação, a liberdade de escolha, tudo isso são expressões da democracia."
A Aliança do Povo, coalizão de Erdogan, também liderava a votação do Parlamento, com 53,63% dos votos. Dos 600 assentos, ao menos 293 ficarão com o bloco. A Aliança Nacional, de Ince, tem 147 vagas garantidas e o partido curdo contará com 66. A extrema-direita - que tende a votar com o presidente - deverá ter 49 parlamentares e os conservadores, 45.
O resultado, no entanto, é contestado por alguns grupos. O Partido Republicano do Povo (CHP), de Ince, ainda não reconheceu a derrota. O Supremo Conselho Eleitoral da Turquia também não confirmou a reeleição de Erdogan.
O presidente é criticado pela oposição por censurar veículos de comunicação e pela aproximação de sua política externa à Rússia.
O regime de Erdogan também tem sido alvo da rejeição dos mercados, especialmente pelo excesso de intervenção do governo no banco central do país (CBRT, na sigla em inglês). Com a inflação acima de dois dígitos, a instituição demorou a subir juros para conter a disparada dos preços e a depreciação da lira.
Na semana passada, em nota, analistas da Roubini previam que a vitória do atual chefe de governo reduziria a credibilidade do BC turco.
"Ao passo que o controle explícito do CBRT seja improvável, esperamos a retomada da ação política por trás dos panos", ressaltaram.