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Prefeitura de Porto Alegre apresenta novo plano para recuperar o arroio Dilúvio
Prefeito Sebastião Melo anunciou na Dinamarca início dos estudos para a licitação de contratação de projetos
Não é de hoje que Porto Alegre lança iniciativas para a revitalização e a despoluição do Dilúvio, arroio que nasce em Viamão - no Parque Natural Municipal Saint'Hilaire -, atravessa a avenida Ipiranga e desemboca no lago Guaíba. Nesta terça-feira, uma comitiva da prefeitura da Capital, que está em Copenhague, na Dinamarca, anunciou o início dos estudos para a licitação de contratação de projetos para a Operação Urbana Consorciada na avenida Ipiranga. Com o instrumento urbanístico, será possível construir um parque linear e despoluir o arroio Dilúvio.
“O conjunto de intervenções tem custo alto, e seguiremos no caminho da parceria, que está no DNA da nossa gestão, para atrair investimentos ao entorno da Ipiranga e assim viabilizar essa transformação em Porto Alegre”, enfatizou o prefeito Sebastião Melo.
A ideia atual se espelha na despoluição e reutilização de canais da capital dinamarquesa, que eram degradados por esgoto e dejetos da indústria e hoje estão integrados à vida urbana. Em Copenhague, redes de água e esgoto foram refeitas, e o lixo passou a ser reciclado e incinerado. Em Porto Alegre, por exemplo, a ecobarreira instalada na margem do arroio Dilúvio – entre as avenidas Borges de Medeiros e Ipiranga -, em 2016, impediu, até março deste ano, que quase 900 toneladas de resíduos desaguassem no lago Guaíba.
O modelo de Operação Urbana Consorciada prevê uma regulamentação urbanística específica para a região da avenida Ipiranga, com definição de contrapartidas financeiras, incentivos ao adensamento populacional e permissão para construção de grandes edificações. Estudos preliminares apontam que, em 30 anos, seria possível arrecadar R$ 1,5 bilhão, recurso que será utilizado para financiar as obras de despoluição do Arroio Dilúvio, desassoreamento e o trabalho de contenção e reflorestamento das margens do arroio.
Em 2011, uma proposta de revitalização do Dilúvio, tendo como referência uma iniciativa semelhante no rio Cheonggyecheon, que corta Seul, capital da Coreia do Sul, foi pauta recorrente nos debates das eleições municipais de Porto Alegre. A ideia era uma maior inclusão da bacia do Dilúvio ao cotidiano dos porto-alegrenses, como área de referência de preservação ambiental e também de lazer e qualidade de vida da população.
A ideia animou estudiosos gaúchos e, em 2012, pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) apresentaram às prefeituras da Capital e de Viamão um plano concreto de ações e diretrizes para viabilizar a revitalização. O documento, contudo, era só o começo dos trabalhos, necessitando da realização de um projeto, de valor-base, na época, de R$ 2 milhões. Para implantar o estudo, foi definido como referência um orçamento de R$ 500 milhões. Foi aí que a iniciativa estagnou e começou a morosidade.