Monitorar reações a remédios do Kit Covid, sem eficácia comprovada, deve entrar na rotina de médicos

Pacientes que utilizaram o Kit Covid devem ficar atentos a mudanças na saúde

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Casos de queixas cardiovasculares e hepáticas em consultórios estão entre os que exigem mais atenção
Com o uso indiscriminado das

Ivermectina registra 769% de aumento nas vendas

Dentre os medicamentos do Kit Covid, a ivermectina apresentou o maior crescimento de vendas no 1º bimestre de 2021 - 769% ante o mesmo período de 2020, quando o País ainda não era impactado pela doença. Os dados são do Conselho Federal de Farmácia (CFF), com dados da consultoria IQVIA, que analisou ainda a alta nas vendas de hidroxicloroquina (+173%), azitromicina (+123%) e nitazoxanida (+16%). Diarreia, náuseas, dor abdominal, tontura, vômitos e taquicardia estão entre os principais efeitos adversos dessas medicações, segundo as bulas desses medicamentos.
"A identificação de eventos adversos sempre vai exigir a comunicação para a vigilância sanitária, porque a Anvisa terá mecanismos para identificar suspeitas de efeitos adversos. Muitas reações são comuns a vários medicamentos, então, tem de investigar. Às vezes, pensa que é reação a um medicamento A e é um B, tem reações relacionadas à dose. Mas, provavelmente, está tendo sinergias de efeitos, reações ao kit como um todo", sugere o consultor do CFF Wellington Barros.
Segundo ele, os farmacêuticos já recebem a recomendação de orientar pacientes sobre interações medicamentosas e alertar sobre efeitos adversos. Isso foi reforçado na pandemia. "No uso de medicamentos off label para Covid, entre abril e maio, o CFF lançou carta aberta e encaminhou a todos os farmacêuticos para controlar e monitorar esses casos. O conselho recomenda ainda que o profissional verifique se foi assinado o termo de ciência e consentimento entre médico e paciente para o uso dessas medicações em casos de infecção pelo vírus.