A alta no número de mortes no Rio Grande do Sul no mês de março provocou um fenômeno inédito. Pela primeira vez na história, o Estado registrou mais óbitos que nascimentos, sendo o único do País a registrar isso no mês de março. Com 15.833 óbitos e 11.998 nascimentos, a diferença entre ambos ficou em 3.885 registros, o que equivale a 24,2% óbitos a mais do que nascimento.
Os dados constam do Portal da Transparência do Registro Civil (
https://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil).
“O aumento de mortes causado pela pandemia fez com que notássemos nos Cartórios de Registro Civil essa redução entre os números de nascimentos e mortes. No mês de março, por exemplo, vimos essa explosão de mortes com o agravamento da pandemia”, diz o presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Rio Grande do Sul (Arpen/RS), Sidnei Hofer Birmann.
A diferença entre nascimentos e óbitos já vinha caindo ao longo do tempo, mas se acelerou com a pandemia causada pelo novo coronavírus. Em 2003, no início da série história esta diferença era de mais de 100% em favor dos nascimentos, baixando para 83% na década de 2010 e abrindo 2020 com diferença na casa dos 60%. Com o início da pandemia, baixou para 47% em março, caindo para 20% em julho, 14% em dezembro e agora chegando à inédita taxa de 24,2% mais óbitos do que nascimentos.