O governador Eduardo Leite (PSDB) projeta que o Estado deve
permanecer com restrições de bandeira preta até o final de março, devido à gravidade da pandemia da Covid-19 no Rio Grande do Sul. Além disso, Leite disse que o
Palácio Piratini deve retomar a cogestão da pandemia entre o governo estadual e as prefeituras em 22 de março. Entretanto, o Piratini deve tornar mais rígido os protocolos da bandeira vermelha, como uma garantia de que as prefeituras adotem medidas mais restritivas.
Leite conversou com jornalistas durante a coletiva de imprensa virtual que precede o Tá na Mesa, palestra organizada pela Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federação). Ao ser questionado se mantinha a volta da cogestão em 21 de março, Leite respondeu afirmativamente.
“É possível que a cogestão volte no dia 21 de março, mas é possível que ela venha acompanhada de mudanças nos protocolos da bandeira vermelha, no sentido de que a margem de ajustes nos municípios fique mais restrita”, adiantou.
O governador citou ainda algumas restrições que serão mantidas depois da cogestão, devido ao aumento das restrições previstas na bandeira vermelha. “Por exemplo, a suspensão geral de atividades deve permanecer, para além do dia 21 de março, deve ir até o final do mês, pelo menos. Ou seja, as restrições (a atividades comerciais) das 20h as 5h devem permanecer. Eventualmente, (novas) regras para os finais de semana ou a atividades específicas poderão ser acoplados”.
Leite justificou a medida devido à gravidade da pandemia no Estado. “Vamos chegar a cerca de 1000 mil óbitos na contabilidade dos óbitos da semana passada. Isso ainda vai continuar acontecendo nesta e na próxima semana, tendo em vista que boa parte das internações na UTI infelizmente vão se transformar em óbitos. Portanto, continuarão pressionando os indicadores (da pandemia)”, relatou. Cerca de 60% dos internados em leitos de UTI acabam morrendo em decorrência da covid.
“Por outro lado, a gente começa a observar uma redução dos casos, mas ainda de forma muito incipiente, de modo que seria precipitado dizer que já se vê uma redução. É importante enxergar isso em um prazo mais longo, para termos segurança de que há redução dos casos de contágio, para que possamos pensar em algumas permissões. Por exemplo, que o comércio, como é pedido, possa abrir para receber os carnês de quem paga no crediário, para que possamos pensar em algumas medidas menos restritivas em algumas atividades específicas”, concluiu.