Na ocasião, o prefeito Nelson Marchezan Júnior fez um apelo para que os educadores voltem às salas de aula e confirmou que professores que não forem trabalhar e não apresentarem justificativa para isso, terão o ponto salarial cortado. “Profissionais da saúde que não foram trabalhar sem justificativa, não receberam. Os profissionais da segurança, de fiscalização que não foram trabalhar e que tinham todas as condições, não receberam. O critério será o mesmo”, afirmou.
Marchezan argumenta que os professores somam um contingente de cerca de 30 mil profissionais, número, segundo ele, muito inferior ao de outros trabalhadores que já retornaram às atividades ou que nunca pararam. “A grade maioria de professores é contrária ao retorno, eu acompanho isso. Hoje temos mais de 500 mil profissionais autorizados a trabalhar em Porto Alegre. Temos 150 mil profissionais do setor público trabalhando normalmente de forma presencial”, destacou.
Conforme o prefeito, Porto Alegre já retornou quase em sua totalidade às atividades presenciais nos mais diversos setores. “Entendemos a justificativa dos professores, de se sentirem inseguros de retornarem. Mas repito, temos mais de 650 mil pessoas regularmente trabalhando de forma presencial na cidade. É importante que respeitemos a cidade como um todo e os professores são muito importantes para a vida da cidade voltar ao normal. Contamos com a compreensão desses 30 mil profissionais, como tivemos dos 650 mil que já estão trabalhando e dos 300 mil que nunca pararam”, disse.
O secretário municipal de Educação, Adriano Naves de Brito, defendeu o retorno dos estudantes para as salas de aula já partir de segunda-feira. Segundo ele, os riscos de saúde diminuíram, mas os educacionais aumentarão se as atividades presenciais não forem retomadas. “Estamos lidando com o equilíbrio entre as necessidades pedagógicas e os imperativos de segurança sanitária. O retorno combina essas duas coisas. As crianças são as menos afetadas pela doença. Não tivemos nenhum óbito de criança com menos de 10 anos na cidade. Além disso, do ponto de vista pedagógico, elas, as crianças de 4 a 5 anos, foram as que menos se beneficiaram do ensino remoto. Na outra ponta, estamos abrindo no Ensino Médio, o ensino profissionalizante e o EJA (Educação de Jovens e Adultos), porque são jovens que estão terminando essa etapa e essa formação é fundamental para que busquem o emprego”, aponta.
Enquanto as escolas particulares têm autonomia para decidirem que reabrirão ou não, as municipais obrigatoriamente terão de funcionar. No caso dos alunos, no entanto, Brito afirma que a decisão cabe às famílias. “É importante que elas visitem as escolas, conheçam os cuidados, para que possam ganhar confiança”, diz. “Fizemos protocolos eficazes. São protocolos simples que podem ser replicados em qualquer instituição e por muito tempo. Na soma dessas três coisas, temos a garantia de um retorno seguro e com acompanhamento adequado”, completa o secretário.