Enquanto o governo estadual
revê suas orientações e libera Porto Alegre e outras cidades à voltarem às aulas presenciais sob algumas condições, o movimento de pais e professores que surgiu em meio à pandemia a favor da manutenção do ensino remoto reforça que 'escolas não devem ser reabertas'.
Na Capital, um colégio tradicional particular comunicou que não vai reabrir em 2020, somente em 2021 devido à baixa adesão de pais ao retorno e restrições de grupos de risco.
"Não temos queda consistente de óbitos decorrentes da Covid-19, ainda não estamos em um patamar baixo de estabilização da contaminação e sem a vacinação eficaz que poderá auxiliar nessa alteração do quadro pandêmico", argumenta Cassiana, que tem se desdobrado entre audiências virtuais, como a que
ocorreu nessa quarta-feira (30) da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, e contatos com entidades para convencer municípios a não autorizarem o retorno.
Pelas regras anteriores do Estado, cidades só poderiam voltar ao ensino presencial se apresentassem duas semanas seguidas de bandeira laranja. Porto Alegre, que desde o começo de setembro definiu a retomada em 5 de outubro, tem a primeira semana na bandeira. Esta semana é a primeira, desde a adoção do sistema de distanciamento controlado, em que
todas as 21 regiões do mapa estadual estão em laranja, de risco médio.
O Comitê de Dados da pandemia discutiu nesta quinta-feira (1) a alteração do regulamento, atendendo a pedidos da Capital e de outras localidades.
"Sabemos que a escola é atividade essencial e, por isso, jamais parou suas atividades. O que ocorreu foi a mudança da forma de ensino presencial para ensino a distância em função da pandemia", lembra ela, que propõe que o caminho é "investir na melhoria da ambientação digital para chegar a todos de forma mais igualitária".
Segundo o grupo, há caso de prefeituras como a de Novo Xingu, que atendeu ao apelo e adiou o calendário.
Cassiana avalia que a reabertura está ocorrendo de forma precipitada e que "colocamos em riscos vidas que certamente poderão ser atingidas com o contágio e possibilidade de óbito".
A escola também diz que enfrenta dificuldade para ter professores devido a restrições de grupos de risco e cita a orientação de especialistas sobre riscos de reinfecção que foi registrada em outros países. "O Colégio e seus colaboradores nunca pararam. A vida é o bem maior. Perdendo esta, não há outra", diz o comunicado. "O colégio prepara-se para o ano letivo de 2021", indica a escola.