Na primeira leva de retorno, está a Educação Infantil, um dos públicos mais atendidos pelo transporte. Antes da pandemia havia 600 vans que atendiam 12 mil alunos na Capital, segundo o Sindicato dos Proprietários de Veículos do Transporte Escolar de Porto Alegre (Sintepa).
Nesta quarta-feira (16), integrantes das secretarias da Saúde e Mobilidade tiveram uma videoconferência com representantes e operadoras do transporte. A sessão, que segue a previsão de reuniões com todos os segmentos envolvidos com a educação - nesta quinta-feira (17) será a vez das instituições conveniadas com a prefeitura -, busca repassar orientações gerais e as linhas gerais de protocolos que devem ser publicadas pelo município.
Os donos de vans reforçaram que estão preparados para poder receber os alunos e indicaram um pleito. Os operadores pediram para ser possível um limite de 25% a 50% além da capacidade prevista devido a alguns roteiros e dificuldade de ter oferta de veículos para poder distribuir os alunos em mais carros, para respeitar os 50% e conseguir atender os horários de saída e ingresso entre os turnos.
Jaires Maciel, do Sintepa, ressaltou que é importante essa flexibilidade porque há carros menores, como os modelos de kombi, com assentos únicos. A preocupação é que pode faltar carros em algumas áreas com o limite de 50% dos lugares. Os representantes garantiram que, caso seja feita a exceção, vão seguir à risca as medidas e cuidados, para não ocorrer a suspensão do transporte.
O setor registra queda de 40% na clientela frente ano número de 2019. A redução foi apontada em levantamento do sindicato e reflete o cancelamento de contratos devido à suspensão das aulas. Muitos donos de vans ofereceram descontos para tentar manter o fluxo de pagamentos. Desde março, os estabelecimentos escolares estão fechados. "Achamos que poucas crianças vão retornar porque é fim de ano", comentou Maciel. Durante a pandemia, o setor chegou a
fazer protestos pedindo linha de crédito para suportar o impacto da crise sanitária.
Kátia Henriques, que atua com o serviço, reforçou que o limite de 50% é o que mais preocupa, as "demais medidas são tranquilas". Ela comentou que será preciso conversar com as escolas e EPTC para acertar a operação dentro das condições esperadas. "Vamos precisar do apoio das escolas, principalmente nos horários de ingresso", disse Kátia.
O secretário de Mobilidade, Rodrigo Tortoriello, pediu aos operadores uma lista das vans e estimativa de ocupação para avaliar se pode haver uma flexibilização na ocupação.