Nesta terça-feira, foi a vez da Sociedade Rio-Grandense de Infectologia (SRGI) se manifestar sobre a questão. A entidade, que reúne médicos infectologistas gaúchos, critica o governo do Estado por ter autorizado o retorno das atividades em sala de aula, começando pela Educação Infantil.
“Nenhum país até o momento promoveu a reabertura das escolas durante esta pandemia com taxas de transmissão tão elevadas quanto as observadas atualmente no estado”, diz a SRGI, em nota de alerta.
A entidade aponta que o sistema de bandeiras do distanciamento controlado “não é um indicador apropriado para mensuração da taxa de transmissão do coronavírus na comunidade”.
No que diz respeito ao cronograma de retomada das aulas presenciais, a SRGI afirma que somente foi apresentada uma proposta com datas, “sem qualquer indicador que adequadamente reflita a taxa de transmissão em crianças com maior acurácia e rapidez, tampouco de índices, que, uma vez atingidos, determinariam novo fechamento das escolas”.
A entidade alerta que junto com o calendário de retomada, não foi apresentado proposta de ampliação da cobertura de testagem ou programa de testagem específico para o monitoramento de aumento de contágio em alunos, professores e funcionários. “Não há medidas concretas que permitam detectar precocemente surtos de Covid-19 em alunos e toda a comunidade escolar”, diz a SRGI.
Os infectologistas encerram a nota lembrando que o risco de um desenvolvimento grave da doença, com a ocorrência de óbitos, em jovens e crianças é baixo, mas não inexistente. “Igualmente, a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica, condição associada à Covid-19, apesar de rara, pode cursar com formas graves e fatais, como já registradas no Brasil”, conclui a entidade.