O número de focos de incêndio registrado no Pantanal entre janeiro e agosto deste ano equivale a tudo o que queimou no bioma nos seis anos anteriores, de 2014 a 2019. O jornal O Estado de S. Paulo fez um levantamento a partir de informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os dados revelam que, entre janeiro e agosto, foram registrados pelos satélites do Inpe um total de 10.153 focos de incêndio no Pantanal, bioma que soma 150 mil quilômetros quadrados, localizados nos Estados do Mato Grosso (35%) e Mato Grosso do Sul (65%). O número de focos supera os 10.048 pontos de queimadas contabilizados pelo Inpe entre 2014 e 2019.
Se comparado com o ano passado, quando houve aumento das queimadas criminosas na Amazônia e no Pantanal, o número deste ano é três vezes superior aos 3.165 focos de incêndio verificados entre janeiro e agosto de 2019. Em relação aos 603 focos confirmados em 2018, o cenário deste ano representa uma alta de 1.700%.
Os dados de focos de incêndio do Inpe mostram que os focos deste ano são o maior volume já registrado pelo órgão em mais de 20 anos da série histórica disponível, desde 1999.
Questionado sobre o volume de incêndios, Salles declarou que "o Ministério do Meio Ambiente está atuando com centenas de brigadistas, dezenas de viaturas, dois helicópteros e cinco aviões de combate a incêndios".
Ao todo, há hoje cerca de 80 viaturas e 600 brigadistas do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) em atuação na região, além das dez aeronaves mencionadas.
No Mato Grosso, uma das críticas que se faz ao governo estadual é que, há cerca de dois anos, estão proibidas as ações de manejo preventivo de fogo. Trata-se de uma estratégia onde agentes queimam material da floresta já tombado, durante os períodos de chuva, para eliminar o volume excessivo que se torna combustível durante os meses de seca.