O município de Bagé não terá mais aulas presenciais nas escolas da rede municipal em 2020. O prefeito Divaldo Lara anunciou a decisão durante uma Live realizada na sexta-feira passada (28) e adiantou que mais municípios da região da Campanha gaúcha devem fazer o mesmo.
Lara afirmou, ainda, que iria solicitar ao governador Eduardo Leite que as aulas nas escolas estaduais também não sejam retomadas nos próximos meses. "Só Bagé é responsável pelo transporte de 400 alunos da rede estadual de educação diariamente e não teríamos como dar conta de fazer esse transporte adotando todos os cuidados necessários. Se o governador não acatar o pedido, não contará com o apoio da prefeitura de Bagé para a volta das aulas", avisou o prefeito.
Até o final do ano, as aulas da rede pública de Bagé continuarão ocorrendo remotamente duas vezes por semana - às terças e quintas-feiras - através da TV Câmara e dos grupos de WhatsApp. Aqueles alunos que não têm acesso ao canal da TV Câmara ou ao aplicativo de mensagens de suas casas continuarão recebendo o material impresso, garantiu Lara.
Além disso, será mantida a produção diária de 1,7 mil marmitas entregues aos alunos em situação de vulnerabilidade social do municipio todos os dias da semana. Quem vive na zona rural segue recebendo o material das aulas impresso e entregando as tarefas já realizadas uma vez por semana.
As escolas infantis privadas poderão retomar as aulas presenciais desde que cumpram uma série de exigências da prefeitura. Para Lara, o combate à Covid-19 em Bagé está dando certo e o cenário poderia mudar com o retorno de 13 mil alunos às escolas.
A cidade contabiliza, ao todo, nove óbitos por Covid-19 e 687 casos confirmados - 563 deles já recuperados, conforme dados do último boletim epidemiológico de 30 de agosto. O prefeito recorda que no início da pandemia no Rio Grande do Sul, Bagé chegou a ter o maior nível de contaminação proporcional ao número de habitantes no Estado e foi o segundo em número de casos.
"De lá para cá conseguimos controlar a contaminação e estamos há mais de 140 dias com o comércio e as atividades econômicas funcionando", disse Lara, salientando que não irá colocar a saúde da população ou a economia em risco neste momento - faltando menos de quatro meses para terminar o ano letivo.