A nova data para retorno das atividades presenciais nas escolas é 8 de setembro. O
calendário foi apresentado na manhã desta terça-feira (1) pelo governo Eduardo Leite a prefeitos em videoconferência. A Educação Infantil será a primeira a retornar. Caberá às prefeituras definirem como será o retorno e regular em suas localidades.
Pelo calendário, depois da Educação Infantil, podem voltar Ensino Superior e Médio, em 21 de setembro, Ensino Fundamental anos finais, em 28 de outubro, e Ensino Fundamental anos iniciais, em 12 de novembro.
As escolas estaduais voltam em 13 de outubro. As aulas e demais atividades estão suspensas desde março devido à pandemia do novo coronavírus, que registrou
125,8 mil casos e 3,4 mil mortes até essa segunda-feira (31), último dia de agosto.
Veja o calendário apresentado para o retorno das escolas:
8 de setembro: Educação Infantil
21 de setembro: Ensino Superior e Médio
13 de outubro: escolas públicas estaduais
28 de outubro: Ensino Fundamental anos finais
12 de novembro: Ensino Fundamental anos iniciais
Presidente da Famurs reagiu dizendo que os municípios 'ficaram com a pior parte'. Foto: Famurs/Divulgação
"Não tem cabimento", reagiu o presidente da Federação das Associações dos Municípios do RS (Famurs), Maneco Hassen.
O dirigente resumiu seu sentimento após as áreas do governo - Educação, Saúde, Relação com os Municípios e Comitê de dados - apresentarem as datas: "Mais uma vez os municípios ficam com a pior parte: voltar primeiro e fazer o experimento", criticou Hassen.
O presidente da Famurs considerou que o calendário "não é aplicável". “Se é para voltar, que Estado e municípios voltem ao mesmo tempo. É uma injustiça fazer com que prefeitos e prefeitas tenham essa responsabilidade em um ano de eleição e sofram pressão dos pais, uma vez que a rede estadual voltaria e a municipal não”, justificou Hassen, e defendeu que o retorno, caso ocorra, não seja pela Educação Infantil.
No começo da noite, o Sinepe-RS emitiu nota saudando o anúncio, mas ponderou que o intervalo das datas entre os níveis é "muito longo". "Desta forma, as necessidades das famílias e, principalmente, dos alunos, não são contempladas", alega o sindicato da rede privada.
A vice-presidente do Sindicreche, Talina Romano, comemorou a notícia e citou que era importante definir uma data. "Mas tem um caminho a ser seguido", previne a dirigente. São 90 mil crianças que frequentam as escolinhas que atendem até cinco anos de 11 meses. Os municípios precisam criar os Comitês Operacionais de Emergência em Saúde (COES), previsto nos protocolos estaduais.
"Apenas 10% dos municípios criaram os COES. Porto Alegre anda não tem", apontou Talina. "Apesar da data do dia 8, não é simplesmente abrir as portas", diz, indicando que os estabelecimentos têm de apresentar planos sanitários., que precisam do aval dos comitês. São 1,5 mil escolinhas com registro de funcionamento no Estado, cerca de 13% já teriam fechado devido aos impactos da pandemia.