O novo calendário para as atividades presenciais de ensino em todo o Rio Grande do Sul será conhecido na próxima terça-feira (1), quando o governo do Estado divulgará oficialmente a proposta de escalonamento e protocolos para garantir a retomada gradual das aulas, que foram interrompidas há mais de cinco meses. Os últimos ajustes desse plano serão feitos em reunião neste dia, entre o comitê de científico do governo, Secretarias, Ministério Público, Tribunal de Contas do Estado, Procuradoria-Geral do Estado e Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs).
Inicialmente projetadas para retornarem em 31 de agosto, as aulas presenciais na rede estadual foram
adiadas para permitir avanços e melhor construção do processo entre o Executivo gaúcho, prefeituras, comunidade escolar e entidades representativas do setor. Ao confirmar o anúncio da nova data, durante live, o governador Eduardo Leite ressaltou que "as aulas não voltarão como no passado", mas mediante redução de horários e de turmas, controle de fluxo de entrada, recreios intercalados, entre outras ações. "Vamos buscar, de alguma forma, que haja esse retorno em sistema híbrido, via presencial e remota, para permitir que os professores acompanhem seus alunos", destacou.
O secretário estadual de Educação, Faisal Karam, enfatizou ainda que essa preparação para a retomada das atividades está sendo feita há mais de quatro meses, com análise e estabelecimento de protocolos próprios e que os pais terão liberdade de decidir se mandarão ou não os filhos à escola. Ele lembrou que, diante disso, não há como estimar quantos alunos retomarão as atividades presenciais e que os gestores das escolas também definirão sobre a conveniência do retorno nesse momento. "Por isso, é uma decisão compartilhada entre todos os entes, algo bem planejado", disse.
Reforçando a retomada em modelo híbrido, o Executivo também confirmou que o serviço de internet subsidiada para uso de alunos e professores da rede pública já está disponível. Com investimento de cerca de R$ 8,5 milhões, o serviço beneficia mais de 820 mil alunos e 60 mil professores, que terão dados móveis de internet patrocinados para acesso exclusivo à plataforma Google Classroom, que concentra os conteúdos educacionais utilizados nas aulas remotas.
“Não nos resignamos em deixar nossos alunos sem ter aulas, portanto, trabalhamos na lógica de aulas remotas, conteúdo transmitido e sendo repassado pelos professores pelo Google Classroom. O movimento exigiu uma costura de tecnologia e também financeira, assegurando às famílias e aos professores o suporte digital”, destacou o governador.
A oferta de internet patrocinada ocorreu por meio de chamamento público das operadoras de telefonia móvel, cujo serviço será garantido por meio de parceria entre governo e Assembleia Legislativa, mediante aporte de R$ 5,4 milhões em recursos economizados pelos deputados. Em fase de testes desde a semana passada, o acesso gratuito à internet para alunos e professores permite conexão de até 50 MB, e consolida a implantação das aulas remotas, que ocorre desde junho no Estado.