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- Publicada em 27 de Fevereiro de 2020 às 17:28

Campanha de vacinação contra gripe será antecipada para conter coronavírus

Vacinação antecipada pode diminuir demanda de hospitais, afirma Ministério da Saúde

Vacinação antecipada pode diminuir demanda de hospitais, afirma Ministério da Saúde


JONATHAN HECKLER/JC
A campanha nacional de vacinação contra a gripe será antecipada para 23 de março, afirmou o ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (27) em São Paulo. De acordo com o Ministério da Saúde, a campanha seria realizada em abril, mas foi antecipada por causa do novo coronavírus. "Definimos que é possível e trabalharemos para o dia 23 de março, antecipando em 23 dias a data prevista original para essa campanha da vacina contra gripe", diz Mandetta.
A campanha nacional de vacinação contra a gripe será antecipada para 23 de março, afirmou o ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (27) em São Paulo. De acordo com o Ministério da Saúde, a campanha seria realizada em abril, mas foi antecipada por causa do novo coronavírus. "Definimos que é possível e trabalharemos para o dia 23 de março, antecipando em 23 dias a data prevista original para essa campanha da vacina contra gripe", diz Mandetta.
Serão disponibilizadas 75 milhões de vacinas pelo Instituto Butantan, uma produção recorde, segundo as autoridades de saúde. Em 2019, o Butantan forneceu ao Ministério da Saúde 65 milhões de doses da vacina influenza trivalente (H1N1, H3N2 e B).
Segundo o ministro, a vacina dá cobertura de 80% contra cepas de influenza, "que são milhares de vezes mais comuns". Apesar de serem vírus diferentes - a gripe é causada pelo influenza, principalmente os subtipos A e B - os sintomas são parecidos e podem deixar a população confusa e sobrecarregar o sistema de saúde.

Público-alvo da campanha será ampliado

O público-alvo da campanha deste ano será ampliado. No ano passado, a recomendação era vacinar crianças de seis meses a menores de seis anos; mulheres que deram à luz há menos de 45 dias; idosos; profissionais de saúde; professores da rede pública ou privada; portadores de doenças crônicas; povos indígenas; pessoas privadas de liberdade; e portadores de doenças crônicas (HIV, por exemplo).
"Esse ano vamos fazer outros grupos que não só os idosos. População presidiária completa, agentes presidiários, ampliação de segmentos para diminuir circulação epidêmica", conta.
O Ministério da Saúde recomenda que a população espere o início da campanha de vacinação para se imunizar contra a gripe. Isto porque a vacina formulada para este ano é baseada em pesquisas que apontam os vírus de maior circulação no país neste momento. As vacinas distribuídas no ano passado, por exemplo, não darão a mesma proteção que a dose fabricada para este ano.

Vacinação antecipada pode diminuir demanda por hospitais

O infectologista e epidemiologista Celso Ramos Filho, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica por que é importante tomar a vacina contra a gripe em tempos de coronavírus.
"(A vacinação) reduziria a carga sobre os hospitais, pois menos gente desenvolveria casos graves de gripe. Não há vacina contra o coronavírus. Então qualquer um pode adoecer e procurar um hospital. Mas, se reduzirmos os casos de gripe, causados por vírus influenza, teremos menos gente precisando recorrer a hospitais e abriremos espaço para os casos de Covid-19.
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