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Novo caso de leishmaniose humana liga alerta na Capital
Desde 2016, 14 ocorrências já foram registradas na cidade
Desde 2016, 14 casos de leishmaniose visceral humana foram registrados em Porto Alegre. O mais recente, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), foi de um menino de nove anos que apresentou sintomas comuns da doença, como febre prolongada, fraqueza, emagrecimento e aumento do abdômen. O caso foi confirmado no início deste mês, por técnicos da SMS que confirmaram o vínculo epidemiológico na região do Morro da Polícia, na Zona Leste da Capital. Em 2017 e 2018, outros três casos foram confirmados na mesma região.
A doença, causada por um protozoário da espécie Leishmani chagasi, é uma zoonose de evolução crônica, com o acometimento sistêmico e, se não tratada, pode levar a óbito em até 90% dos casos. Embora atinja principalmente cães, seres humanos também têm sido infectados, acidentalmente, pela picada do inseto flebotomíneo, popularmente conhecido como mosquito-palha ou tatuquiras e birigui. A leishmaniose visceral não é transmitida diretamente de uma pessoa para outra, nem dos cães para as pessoas. A transmissão ocorre somente pela picada do mosquito palha.
Conforme Alex Lamas, gerente da unidade de vigilância ambiental da SMS, a Vigilância em Saúde vem promovendo ações continuadas nas regiões atingidas. "A comunidade têm recebido orientações sanitárias e ambientais em parceria com as unidades de saúde da atenção primária, tendo em vista que essa é uma doença grave que necessita que a comunidade esteja atenta", afirmou.
Somente em 2019, a SMS, junto à Diretoria de Direitos Animais, promoveu a castração de 120 cães nas áreas de transmissão, além da microchipagem e colocação de coleiras repelentes. Na última semana, foram realizadas coletas de amostra de sangue de 38 cães da região. Do total, sete tiveram resultado positivo para a leishmaniose visceral canina no teste rápido. As amostras foram enviadas para o laboratório Central do Estado (Lacen) para exames complementares.
De acordo com a médica veterinária Renata Casa Nova, integrante do Grupo de Trabalho de Zoonoses do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS), casos de leishmaniose em caninos são registrados desde 2010 na Capital. Os principais sintomas dizem respeito à apatia, pelo opaco, problemas dermatológicos, alteração nas articulações, crescimento exagerado das unhas e alterações oftalmológicas. O diagnóstico canino geralmente é sorológico.
Dentre as medidas de prevenção da doença nos cães, Renata alerta para a utilização de pipetas e coleiras repelentes e vacina contra leishmaniose. "A vacina, no entanto, tem baixa cobertura, então o ideal é que use também a coleira ou pipeta repelente para prevenir". Outra medida de prevenção aconselhada pela veterinária são as telas milimétricas que impedem a entrada de mosquitos nos ambientes residenciais.
Recomendações
- Mantenha a casa limpa e o quintal livre dos criadouros de insetos: o mosquito-palha vive nas proximidades das residências, preferencialmente em lugares úmidos, mais escuros e com acúmulo de material orgânico. Os insetos costumam picar os animais durante a noite, mas também podem atacar nas primeiras horas do dia e ao entardecer.
- Se possível, coloque telas de 1mm nas janelas;
- Use repelente corporal;
- Embale sempre o lixo;
- Evite acúmulo de fezes de animais, restos de alimentos, frutas e folhagens no quintal ou pátio.
- Cuide bem da saúde do seu cão, mantenha o animal no pátio, evitando a circulação pela rua, principalmente se você mora próximo a matas nativas ou saiba de casos confirmados da doença em sua região.
- Se possível, utilize coleiras repelentes nos cães.