Rio Grande do Sul é o sexto estado mais poluidor do País

Setores da economia gaúcha emitiram 92,6 mi de toneladas de gases de efeito estufa em 2018

Por

Desmatamento e queimadas registraram um crescimento de 3,6% no ano passado
O Rio Grande do Sul foi responsável por 4,7% do total de emissões de poluentes no Brasil em 2018. O percentual coloca o Estado como o sexto mais poluidor do País, atrás de Pará (13,3%), Mato Grosso (11,7%), São Paulo (7,6%), Minas Gerais (7%) e Rondônia (6,6%). Os dados foram divulgados ontem pelo Observatório do Clima. Ao todo, o Estado emitiu 92,6 milhões de toneladas de gases de efeito estufa em 2018.
Desse total de poluentes despejados pelos gaúchos, 49,02 milhões de toneladas (52,92%) tivera a agropecuária como origem. O setor de energia vem em seguida, sendo responsável pela emissão de 21,69 milhões de toneladas de gases (23,41%). Logo após, vem desmatamentos e queimadas, que jogaram no ar 16,71 milhões de toneladas (18,03%). Resíduos, com 4,72 milhões (5,09%), e processos industriais, com 478,2 mil toneladas (0,5%), completam a lista.
Notícias sobre o clima são importantes para você?

Números nacionais de 2019 devem mostrar aumento significativo

O Observatório do Clima é uma rede composta por 47 organizações não governamentais e movimentos sociais. Nos dois anos anteriores (2016 e 2017), as emissões brasileiras vinham em queda (0,4% em 2016 e 4,2% em 2017). O crescimento em 2018 foi pequeno, mas, em 2019, deve crescer mais, devido ao grande desmatamento na Amazônia e no Cerrado.
O País não cumprirá a meta estabelecida para 2020 em sua lei nacional de clima de reduzir em 80% a taxa de desmatamento na Amazônia. Mesmo que todo o desmatamento parasse hoje, a elevação detectada pelo sistema de monitoramento do Inpe nos últimos meses já nos coloca em um patamar superior aos 3.925 km2 estabelecidos na lei. Com a meta de 2020 prejudicada, o País parte de uma posição pior para cumprir sua NDC, a meta do Acordo de Paris.
"Nós já vínhamos em uma situação delicada antes do desmonte da governança ambiental brasileira promovido pelo governo atual", disse Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório. "Em 2019, os planos de combate ao desmatamento na Amazônia e Cerrado foram engavetados e não temos nem mesmo um esboço de plano para a implementação da NDC, que deveria ocorrer a partir do ano que vem. Na verdade, até os órgãos que deveriam implantar a NDC foram extintos."