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Geral

- Publicada em 08 de Novembro de 2018 às 09:37

Reunião tenta definir impasse envolvendo quilombo após pedido de reintegração de posse

Local em terreno ao lado do Asilo Padre Cacique foi alvo de pedido de reintegração de posse na quarta-feira

Local em terreno ao lado do Asilo Padre Cacique foi alvo de pedido de reintegração de posse na quarta-feira


Frente Quilombola RS/Divulgação/JC
Lívia Rossa
Uma reunião com órgãos responsáveis foi marcada nesta quinta-feira (8) para tentar destravar o impasse envolvendo o Quilombo Lemos, localizado próximo ao Asilo Padre Cacique, em Porto Alegre. O local foi alvo de pedido de reintegração de posse por parte do asilo ontem (7). Uma comissão de moradores do quilombo, representantes do Ministério Público Federal, da Defensoria Pública e da Comissão dos Direitos Humanos estarão presentes para tratar da questão.
Uma reunião com órgãos responsáveis foi marcada nesta quinta-feira (8) para tentar destravar o impasse envolvendo o Quilombo Lemos, localizado próximo ao Asilo Padre Cacique, em Porto Alegre. O local foi alvo de pedido de reintegração de posse por parte do asilo ontem (7). Uma comissão de moradores do quilombo, representantes do Ministério Público Federal, da Defensoria Pública e da Comissão dos Direitos Humanos estarão presentes para tratar da questão.
Na manhã de quarta (7), agentes da Brigada Militar chegaram ao endereço para iniciar o despejo, mas uma medida judicial em defesa dos moradores suspendeu a ação por 72 horas. Cerca de 60 pessoas moram no local, incluindo crianças, adultos e idosos.
De acordo com advogado dos quilombolas, Onir Araújo, o território é ocupado pela família desde o início da década de 1960 e já está na quarta geração. Segundo ele, a tentativa de reintegração foi feita de maneira irregular, sem cumprimento de protocolo, já que não estavam presentes a Defensoria Pública do Estado, a Comissão de Direitos Humanos e o Conselho Tutelar. A comunidade quilombola já estaria se mobilizando para denunciar a "situação de violência", com certificação da Fundação Cultural Palmares, que define e defende as comunidades quilombolas.
O advogado alega que um laudo do Ministério Público Federal define que assuntos ligados a territórios quilombolas não podem tramitar sem ir para a Justiça Federal, e deve considerar a auto-identificação dos povos. Caso tal característica não seja levada em consideração, e o caso tramite em âmbito Estadual, a pena pode ser de ilegalidade.
Em nota, o Asilo Padre Cacique afirmou que "tentou por mais de dez anos de forma pacífica um acordo para desocupação do imóvel", justificando que o local tratava-se da residência de um funcionário zelador. A entidade diz ainda que "lamenta profundamente que as coisas tenham chegado a tal ponto", mas que espera que decisão judicial seja cumprida para a construção do Centro de Convivências Diário - espécie de creche para acolher idosos carentes.
Araújo diz que, de fato, havia um casal que morava no local, cujo homem trabalhou no asilo, mas que a área era independente da Instituição. "O local do quilombo não tem nada a ver com o Asilo", diz, lembrando que apenas o prédio é da entidade e que a área no entorno não está relacionada. 
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