Mauro Belo Schneider

O famoso armazém da Zona Sul é administrado por duas irmãs que seguiram a veia empreendedora herdada da mãe

Machry foi um dos primeiros negócios a atrair clientes à Tristeza

Mauro Belo Schneider

O famoso armazém da Zona Sul é administrado por duas irmãs que seguiram a veia empreendedora herdada da mãe

Se tem um negócio que representa o bairro Tristeza, na Zona Sul de Porto Alegre, é o armazém Machry, que funciona na rua Armando Barbedo desde 1988. O estabelecimento é destino para famílias de diversas regiões da cidade em busca da famosa torta banoffe, das cucas ou dos chás, que fazem as tardes de inverno mais aguardadas.
Se tem um negócio que representa o bairro Tristeza, na Zona Sul de Porto Alegre, é o armazém Machry, que funciona na rua Armando Barbedo desde 1988. O estabelecimento é destino para famílias de diversas regiões da cidade em busca da famosa torta banoffe, das cucas ou dos chás, que fazem as tardes de inverno mais aguardadas.
Ao entrar no local, os olhos se perdem entre pães, bolachas, queijos, iogurtes e uma infinidade de produtos. Por conta da pandemia, o espaço de delivery acabou gerando uma reconfiguração na estrutura, o que diminuiu as prateleiras dos itens de decoração. É que a demanda por receber os quitutes em casa aumentou muito nos últimos dois anos, e exigiu essa adaptação.
LUIZA PRADO/JC
Estão à frente da marca as irmãs Ilse e Iara Machry, empreendedoras e moradoras da Zona Sul. Mas tudo começou com a mãe delas, Carmen.
O primeiro negócio da família foi um restaurante no Morro do Sabiá, que oferecia também café colonial. As coisas foram dando certo para Carmen e o marido, José, até que ela entrou na meia idade e começou a se questionar sobre certas escolhas. Passou a fazer yoga e decidiu estudar o ramo de alimentação natural.
Como a Tristeza estava em ascensão no fim dos anos 1980, com a chegada de muitas agências bancárias, teve a ideia de abrir um restaurante no miolo do bairro.
"Bombou. Minha mãe servia quase 300 almoços por dia", lembra Ilse, dizendo que o primeiro Machry foi do outro lado da rua, onde até pouco tempo funcionava uma revenda da Hering.
LUIZA PRADO/JC
Já que as coisas iam bem, Carmen e José decidiram comprar, em 1990, o terreno onde agora funciona o Machry. Enquanto o novo estabelecimento era construído, Carmen faleceu em um acidente. 
As irmãs, bastante novas na época, tiveram de assumir a empreitada. Ilse tinha 24 anos, mas já havia trabalhado com hotelaria e gastronomia fora do País. "Com público muito fiel, as pessoas nos acolheram", conta Ilse, que agora tem 57. Por seis anos, foi um solavanco, descreve.
O Machry como é atualmente se formou a partir da demanda do público. As opções continuaram sendo saudáveis, mas sem radicalismos.
Uma das criações que virou "assunto", como afirma, foi a linha de bolos de final de ano, com receitas doadas por clientes. "Vimos que os bolos precisavam ir em cestas e, assim, o que saía daqui ia para o outro lado da cidade", descreve. E a marca ficava cada vez mais conhecida, misturando as produções culinárias com canecas ou outros adereços.
Ilse aprendeu a receita da banoffe, que virou tema de reportagens de jornais, com um colega durante suas aulas de italiano. Ela provou e a incrementou. "Fiz um chantilly mais leve, dei uma repaginada", explica. A empresária acabou tendo de apresentar o segredo até em programas de TV.
O Machry, avalia, apresenta "queridices" à clientela constantemente. Entre os frequentadores, há celebridades como o cantor Lulu Santos, que virou amigo de Iara e adorou o que encontrou no local.
"Temos um conceito caseiro despreocupado. Levou muito tempo para ganhar forma de negócio, pois existe uma relação muito afetiva com as pessoas", analisa Ilse.
Operando há 33 anos, o Machry faz parte da história da Tristeza, seja entre os que frequentam o número 257 da Armando Barbedo ou entre os que degustam a produção no aconchego do lar. O gostinho de lembrança de momentos com avós ou amigos integra a lista de ingredientes.
 
LUIZA PRADO/JC
Mauro Belo Schneider

Mauro Belo Schneider - editor do GeraçãoE

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