Diversos ambientes foram afetados pela pandemia da Covid-19. Campos que não foram considerados essenciais, como a arte e a cultura, acabaram sofrendo ainda mais. Durante esse período, empreendedoras e empreendedores do ramo precisaram se reinventar de diferentes formas para manter os seus negócios funcionando. Kelly Martinez, 35 anos, pedagoga e arte educadora, teve de criar três novos produtos para que pudesse manter o seu projeto aberto. O Clube do Museu, cuja sede fica na cidade de Viamão, com endereço na avenida Liberdade, nº 1.679, no bairro Santa Isabel, virou espaço para alfabetização e, depois, inaugurou uma loja para venda de artigos de arte.
Após passar boa parte da sua vida trabalhando em recepções de museus e espaços de cultura, Kelly notou que havia uma lacuna nesse mercado. "Acredito que as pessoas precisam de um incentivo maior para conhecerem esses locais, e isso começa desde cedo. Muitas vezes as famílias até gostam de frequentar os espaços, mas acabam não tendo o hábito de levar os seus filhos. Por isso, eu busco incentivar que crianças tenham acesso à cultura e à arte. No futuro, esses jovens passarão a frequentar mais esses locais com um olhar já desenvolvido para apreciar esse tipo de conteúdo", conta.
O Clube do Museu é um projeto extra institucional que surgiu há sete anos, com o propósito inicial de levar crianças para visitarem museus e conhecerem espaços culturais. As saídas também ofereciam encontros com artistas e bate-papos para a criançada. Porém, com o início da pandemia, essa atividade teve de ser cancelada.
"Começamos a dar aulas virtuais, onde as crianças se matriculavam e recebiam caixas pedagógicas em casa. Era um kit mensal com livros e todos os materiais necessários para que elas realizassem as artes", explica. A proposta seguiu como carro chefe do negócio por um bom tempo, até que a empreendedora voltou a ter dificuldades. "Já possuía um apelo dos clientes para que criássemos aulas de reforço escolar porque essas crianças não estavam mais indo para escola. Como eu precisava fazer alguma coisa, acabei atendendo essa demanda. Duas professoras me auxiliaram nisso, e o foco maior é alfabetização e Ensino Fundamental I, mas sem deixar o nosso principal propósito de lado", afirma.
Porém, com a abertura das escolas e volta das aulas presenciais, Kelly precisou repensar a sua estratégia. "Digo que a crise é o melhor momento para o empreendedor usar a criatividade. Então, depois de pensar muito, decidimos abrir uma lojinha aqui no nosso espaço. A proposta é ser bem mais acessível financeiramente para o público, funcionando como uma espécie de brique para artigos de arte e decoração. Também vendemos peças de arte, por isso os valores acabam variando bastante", diz. Apesar das dificuldades, a idealizadora do projeto não perde o bom humor. "Brinco que se formos cair, iremos cair atirando. Estamos sempre pensando em algo novo, novos produtos e iniciativas. Vivemos dia após dia para ver no que vai dar", completa.
Recentemente, o Clube do Museu foi sede de uma exposição de artes. O espaço abre de segunda a sexta-feira, com atividades pontuais aos sábados. Contato e agendamentos de horários podem ser feitos pelo Instagram @clubedomuseu.