A startup Mettzer, de Santa Catarina, dobrou de tamanho em 2020. O negócio dela é ajudar na escrita, orientação e publicação para todos os tipos de trabalhos acadêmicos, de forma 100% online e colaborativa. Só no Rio Grande do Sul, 9.416 estudantes utilizaram a plataforma e 253.889 acessaram os conteúdos neste ano.
O projeto começou com uma frustração pessoal do criador da empreitada, Felipe Mandawalli, em desenvolver pesquisas na faculdade, formatar trabalhos nas Normas ABNT ou gerenciar projetos no Excel. "Durante a faculdade, percebi o quão complicado era se envolver com a pesquisa, algo tão importante para a sociedade e para o desenvolvimento humano, mas, ao mesmo tempo, tão distante da realidade dos estudantes", afirma.
Foi com esse pensamento que, em 2016, deu o pontapé inicial na Mettzer. Quatro anos depois, um desafio complexo: a chegada da Covid-19. "Confesso que trancamos a respiração em março e fomos respirar novamente em maio. De uma hora para outra, vimos nossos usuários abandonando a plataforma e instituições de ensino parando suas operações", narra ele.
Em maio, no entanto, o jogo virou, com todos os estudantes, professores e pesquisadores adaptados ao ambiente online. "Se fez necessária a utilização de plataformas digitais que auxiliassem no desenvolvimento acadêmico, que oferecessem melhor experiência para esses usuários. Foi aí que a Mettzer se encaixou", detalha. Sorte? Persistência em acreditar que o projeto, um dia, faria muito sentido.
Além de CEO da Mettzer, Felipe é diretor de Educação da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), o que lhe traz uma visão mais crítica sobre os impactos no mercado. O modelo de educação tradicional, segundo ele, estava em cheque, mas havia resistência em executar um plano de transformação digital. "Na prática, o ensino já era híbrido, pois a grande maioria dos estudantes universitários estava conectada à internet e utilizava o recurso no seu dia-a-dia de estudos e pesquisas. A pandemia institucionalizou a modalidade", considera.
Em 2020, a Mettzer foi acessada por mais de 5 milhões de estudantes e pesquisadores no Brasil e em outros 16 países, distribuídos em mais de 1,6 mil instituições e deve chegar a 7,5 milhões de acessos este mês.