Para se manter ativa durante a pandemia, a Implicantes, de Porto Alegre, que se considera a primeira cervejaria negra do Brasil, criou uma vaquinha como forma de financiamento coletivo para que pessoas simpáticas à causa pudessem contribuir. Uma enxurrada de comentários racistas e até mesmo de cunho político foram direcionados à marca.
Frases como "cervejaria alemã negra, onde vamos parar?", "vou comprar, mas se vier furada igual a Marielle eu não aceito", "tem uma coisa que eu odeio e começa com 'pre' e termina com 'to'", "já mamou o seu negão hoje?", "ia ajudar, mas como cerveja é culturalmente nórdica, achei racista a fábrica pela apropriação cultural", "cerveja Marielle vem furada (risos)", "cervejaria preta brasileira (risos), preto é...", entre outros foram destinado à marca. Um grupo de pessoas também dedicou-se a reagir com "haha" em diversos posts da página da Implicantes no Facebook.
O estudo "Empreendedorismo Negro no Brasil", realizado pela aceleradora de empresários negros PretaHub, da Feira Preta, em parceria com a Plano CDE e JP Morgan, mostra uma movimentação de R$ 1,7 trilhão por ano de empreendedores negros no País. E, mesmo sendo mais de 50% no ramo, estes são os que mais enfrentam problemas como confiança do cliente e aprovação em linhas de crédito.
Outro estudo, feito pelo Grupo Itaú Unibanco, demonstra que o relacionamento de empreendedores negros com instituições financeiras é praticamente nulo (seja por falta de educação financeira, receios ou desconhecimento de processos).