"Transformação digital do negócio, desde a imersão cultural e criativa, desenvolvimento de soluções tecnológicas e marketing neurocientífico para conquistar pessoas e exponenciar resultados." Este é o lema da
Younner, empresa porto-alegrense que se propõe a melhorar o ambiente digital das empresas como um todo.
Nesta entrevista, André Dorneles, um dos diretores da iniciativa, explica o desafio de dar estabilidade digital para pequenas e grandes organizações durante a pandemia do novo coronavírus, faz perspectivas sobre o futuro e fala sobre inovação na Capital. Confira trechos:
GeraçãoE - O que as empresas mais estão precisando em questão de suporte durante a pandemia?
André Dorneles - Depende muito do nível de maturidade da empresa. Muitas delas foram pegas de surpresa e não estavam prontas para mudar rapidamente. As empresas, neste momento, precisam de apoio na transformação digital. E transformação digital não é somente adotar uma nova tecnologia, uma nova cultura, uma mudança e abraçá-la no seu dia a dia. Muitas empresas estavam acostumadas a operar em um modelo automático e, agora, precisam mudar. Do contrário, sofrerão muitos danos. As empresas precisam fazer uma gestão de mudança interna e gestão tecnológica e isso pode causar um efeito colateral, que são as decisões e as escolhas ruins que podem ser feitas em um cenário de pressa. Então, é muito importante que as empresas escolham parceiros confiáveis para cooperar com elas na transformação digital neste momento.
GE - Como saber qual estratégia adotar para reposicionar uma empresa no mercado?
André - As empresas precisam se moldar rapidamente. Então, as estratégias precisam ser testadas rapidamente. Quem estava contando com um planejamento a longo prazo precisa se planejar para o curto prazo, para amanhã, para a próxima semana, neste semestre e neste ano. Para isso, precisamos ajudar as empresas a testarem modelos rapidamente, através de parcerias que já executam projetos críticos e em curto espaço de tempo. Neste aspecto, a metodologia ágil ajuda bastante nessa mensuração rápida de retorno, de testagem, de modelo e de qual estratégia adotar. Evidentemente, haverá variação de segmentos de serviços, mas a estratégia precisa ser validada no curto prazo e a resposta deve ser medida com base em indicadores claros.
GE - No âmbito da inovação, como pensar em tecnologias futuras tendo que lidar com diversos problemas no presente?
André - A adoção de tecnologias, ou de novas culturas e estratégias, deve ser vista como uma tarefa primordial para vencer cenários de incertezas. A transformação digital está acontecendo, todos precisarão se reposicionar, pensar em sua comunicação, em novas formas de entregar valor rápido para as pessoas. As tecnologias devem ser adotadas e utilizadas para receber seus resultados e medições de forma rápida. A tecnologia vem para ajudar as empresas não apenas para ser somada como algo mais a ser feito. Porém, esses fatores estão muito ligados à cultura da empresa. As equipes, os colaboradores, precisam saber o propósito e estarem incluídos nas mudanças, porque a adoção tecnológica não é a única solução dos problemas. A mudança de postura, a pró-atividade dos colaboradores, a visão estratégica da empresa como um todo precisam estar ligados com a adoção tecnológica para os resultados aparecerem. A Younner trabalha com tecnologia há muito tempo, nascemos do digital e, hoje, nosso desafio é escolher a melhor composição de projetos que tenham rápida facilidade para que as empresas, colaboradores e seus públicos tenham uma adoção rápida no curto prazo.
GE - Como sair preparado disso tudo para o futuro?
André - Baseado em nossa experiência atual com nossos clientes e parceiros, constatamos que cada vez mais eles precisam de respostas rápidas a cenários de incertezas e estes cenários estão diretamente ligados a aprendizados contínuos. Na Younner, consolidamos um modelo de fusão de quatro grandes pilares: o primeiro é sobre a visão de futuro, como que a mudança e novos modelos impactam no dia a dia, somada à criatividade, à tecnologia e ao marketing. Esses pilares precisam estar sincronizados para que a empresa consiga olhar seus desafios de uma forma integral para poder ter respostas rápidas.
GE - Quem são os clientes da Younner?
André - Atualmente, a Younner atende o Sicredi, ajudamos eles em diferentes projetos na parte de transformação digital, desde a base de conhecimento até o programa de fidelidade com os associados. Outro cliente importante, a nível nacional, é a Amcham Brasil, maior rede de negócios corporativos do Brasil. Ajudamos eles na transformação digital também, com o novo aplicativo, consolidação da membership digital. Também atendemos a Nexo, uma fintech canadense que trabalha com plataformas de adquirência, pagamentos para varejistas, soluções digitais, aplicativos de wallet e de venda de assinaturas, fazendo a construção digital no que tange às tecnologias. Outra fintech que atendemos é a F3 Capital, da área de previdência e seguros. Ajudamos eles na consolidação de produtos na área de previdência e produtos B2B. Atendemos ainda a Moby Go, uma plataforma de mobilidade urbana, a KIQ, plataforma de delivery que será lançada em breve, entre outros.
GE - O que definirá quem dará as cartas no mercado de tecnologia daqui pra frente?
André - Há dois lados nessa gangorra tecnológica: o lado das empresas e o lado dos consumidores. Do lado das empresas, acredito que elas precisarão consolidar parcerias genuínas que entendam seus negócios e que tenham, acima de tudo, rápidas respostas às mudanças, que sejam disponíveis à adaptabilidade, que consigam alterar cenários, mudar projetos, mudar aplicativos, mudar sistemas. O mercado precisa de empresas ágeis e com confiabilidade de entrega. Já pelo lado das pessoas e consumidores, observa-se um bombardeio de informações e novas tecnologias, que acredito ser humanamente impossível acompanhar, mas fica a cargo das empresas produzirem bons conteúdos e boas tecnologias para prender esses consumidores. São essas pessoas que irão pautar a tecnologia, elas que serão o fator determinante da tecnologia que será utilizada.
GE - Porto Alegre é um ambiente propício para isso?
André - Na transformação digital as empresas precisam se consolidar a nível global, não só localmente. Analisando uma perspectiva de futuro, todas as pessoas terão que se digitalizar.