Adaptação. Esse é um dos conceitos essenciais para passar por qualquer crise que se estabeleça no próprio negócio. Foi pensando em se adequar ao isolamento social que a startup gaúcha
Poa na Rua, criada para reunir informações e promover eventos em Porto Alegre, está lançando, nesta semana, o “
Bora!”, plataforma de comércio on-line de expositores, com o objetivo de fomentar o comércio local.
Criada pelo casal Guilherme Fraga e Thiana Pinto, o Poa na Rua surgiu de uma necessidade pessoal dos dois. “Morávamos em Barcelona e lá tínhamos muitos momentos na rua. Voltamos para Porto Alegre e começamos a nos questionar se não tinha nada pra fazer”, conta Guilherme. Em busca de eventos na Capital, ele encontrou informações dispersas, espalhadas pelas redes sociais. Decidiu, então, unir o hobby de programação com o amor pela cena cultural criando um aplicativo de celular. “Em março de 2018, criei o app para consumo interno nos sistemas Android e iOS. Mas, em um mês, tinha mais de mil downloads. Percebemos que a dor não era só nossa”, lembra.
Porém, com a pandemia de coronavírus instalada e o decreto municipal que orienta evitar aglomerações, o negócio teve de buscar alternativas para se manter ativo e continuar apoiando a cena local. No app do Poa na Rua, foram listados alguns cursos e workshops para serem feitos em casa, mas não era suficiente. Já em desenvolvimento desde dezembro e com previsão de lançamento oficial para maio, o projeto reformulado do Bora! teve de ser antecipado. Com cerca de 220 expositores parceiros, a plataforma servirá como uma alternativa para o comércio local de rua. “Temos um contato próximo com eles e sabemos que precisam vender seus produtos para pagar água, luz, aluguel”, afirma Guilherme.
Focado em apoiar os comerciantes, o aplicativo não retornará lucro para a startup e funcionará no mesmo sistema do Mercado Livre. O cliente negociará diretamente com o vendedor. “A nossa intenção é mostrar as pessoas incríveis que estão por trás desses produtos, é contar histórias”, destaca. Para ele, após a pandemia, a lógica de consumo irá mudar. “O Poa na Rua nasceu para esse momento. Depois disso tudo, quem não dava valor para ir em um café, em uma feira, vai começar a dar”, pontua.
Atualmente, o app do Poa na Rua tem mais de 45 mil downloads, sem custos para quem baixa nem para quem expõe. “Mas, se o evento quiser uma posição privilegiada, temos planos de divulgação”, explica o empreendedor sobre a renda do negócio. Com esse panorama, a iniciativa deu um passo a mais e se tornou uma startup que, atualmente, é formada por três membros. Em 2019, a empresa recebeu a primeira rodada de investimentos e está projetando a segunda para este ano.