A recomendação é geral: permanecer dentro de casa, em isolamento social, durante a pandemia do coronavírus (Covid-19). Essa orientação é ainda mais importante para as pessoas dos grupos de risco: idosos, doentes crônicos e imunossuprimidos (quem tem sensibilidade maior aos vírus e bactérias, como pessoas em tratamento contra o câncer). Visando auxiliar esses grupos, o analista de sistemas Pedro Viana, 26, criou a plataforma
Ajuda Coronavírus, que conecta os voluntários de todo o país mais próximos dispostos a comprarem itens de necessidade básica, como alimentos, remédios e produtos de higiene e limpeza.
No ar desde segunda-feira (16/3), o projeto já contabiliza 1300 voluntários e cerca de 120 procuras pelos serviços, sem custo algum para nenhuma das partes. "Estava retornando para casa e ouvi, em uma entrevista, casos de pessoas que moram em prédios deixando bilhetes para os vizinhos nos corredores e elevadores, dispostas a ajudá-los. Pensei: e quem não mora em condomínio?", conta Pedro, que é dono da Inline Sistemas, empresa de desenvolvimento de software de Porto Alegre. Por ter conhecimentos técnicos, a criação da plataforma não gerou custos ao empreendedor.
Pedro explica que o site foi pensado para ser o mais acessível possível. Logo ao clicar, as pessoas que precisam de ajuda já podem ler instruções e realizar rapidamente o cadastro. A partir daí, o sistema encontra o voluntário mais próximo pelo CEP e os conecta. O contato é fora da plataforma, diretamente pelo número dos usuários, que podem conversar por ligação ou WhatsApp. "Orientamos que as visitas sejam ao ar livre, tanto para manter a segurança sanitária, quanto pessoal", explica, afirmando que conta com o "bom senso e responsabilidade de cada um."
Outra recomendação, destaca Pedro, é a de que o voluntário não gaste do próprio bolso para realizar a compra e a entrega. Por isso, para ele, o Ajuda Coronavírus pode fomentar indiretamente os negócios locais, visto que o deslocamento tende ser o menor possível. Sobre o futuro da iniciativa, o empreendedor afirma que é possível que a plataforma se mantenha para além da pandemia, como um canal de auxílio permanente. "É algo que podemos pensar mais para frente", conclui.