"Não existe moda, não existe regra, existe se sentir bem", acredita
Alessandra Giordani, 44 anos. Desde 2010, ela comanda uma marca de vestidos sob medida que leva seu nome.
O contato com a costura e a vontade de desenvolver peças começou na infância. "Sou filha de costureira e, desde nova, dizia para a minha mãe como queria as minhas roupas", conta. Apesar da paixão pelo mundo dos tecidos, trabalhar com moda não foi sua primeira aposta. Formada em Administração de Empresas, ela passou 13 anos trabalhando na indústria automotiva. Foi durante uma crise no setor que viu no empreendedorismo a possibilidade de realizar o sonho antigo. "A companhia em que eu trabalhava estava passando por uma crise muito forte e abriu para demissão voluntária. Eu já pensava em ter minha própria marca. Foi então que conheci a Rosangela, modelista de Porto Alegre. Fiz uns desenhos e ela fez as peças", lembra.
Apesar de já ter tido espaços físicos, hoje Alessandra vai até a casa das clientes com as suas peças. Além do atendimento a domicílio, ela participa de feiras e recebe a clientela aos sábados no Artéria Tattoo Studio (Travessa La Salle, nº 75, bairro Menino Deus). Recentemente, a empreendedora decidiu apostar no mercado plus size de pronta-entrega.
"Desde o início, fiz sob medida para todo mundo, do PP ao plus size. Faz apenas três meses que trabalho com pronta-entrega plus size. Nunca tinha feito além do GG, não tinha molde", conta.
O desejo surgiu quando ela visitou uma edição da BPSPOA junto com uma amiga. "Há um ano, fui visitar a feira com uma amiga que tinha se aceitado gorda e queria procurar roupas. Fui muito bem recebida na feira e as pessoas começaram a pedir para eu expor, que a minha roupa tinha uma modelagem muito boa. Comecei a me dar conta que tinham muitas clientes que iam gostar de chegar na minha arara e não ter que encomendar a peça", conta Alessandra, que participou pela primeira vez do evento em julho deste ano.
Os vestidos, que custam de R$ 130,00 a R$ 200,00, são feitos em malha e também com tecidos reaproveitados de roupas de brechó. Alessandra busca inspiração em revistas dos anos 1960 e 1970 para elaborar as peças. "Faço uma modelagem muito simples. E sempre foi assim, desde o início, para deixar a mulher bonita. Valoriza o corpo do 36 ao 60. Minha mãe sempre dizia que a roupa tem que vestir bem, independentemente do corpo", expõe. Preocupada em manter uma relação próxima com as clientes, Alessandra acredita que incluir os tamanhos plus size na grade fixa foi uma maneira de acolher as consumidoras que vestem tamanhos maiores.
"Duas semanas depois da minha primeira feira plus size, chegou uma cliente que foi direto querendo encomendar. Quando viu que tinham itens no tamanho dela na arara, comprou todas as roupas que estavam disponíveis. Isso é gratificante. Pessoas que nunca tinham me procurado estão chegando até a marca."