Conceito de Ind�stria 4.0 � para todas as empresas
Apenas 18 associados faziam parte da Associação da Tecnologia e Informação (ATI- Serra) no ano em que ela foi criada, em 2015. Hoje, o número chega a 105 profissionais. O crescimento, indica o presidente da entidade, Daniel Westerlund, representa a importância do setor da tecnologia de informação nas empresas. Daniel trabalha há duas décadas na área e há seis meses é gestor de TI da empresa Globopack Brasil, com sede em Bento Gonçalves. Nesta entrevista, ele fala sobre o cenário futuro da área, da implementação da indústria 4.0 e da sociedade 5.0.
GeraçãoE - Qual a ligação entre a sociedade 5.0 e a indústria 4.0?
Daniel Westerlund - O conceito de sociedade 5.0 veio após a indústria 4.0, que é focada em processos de indústria. Ou seja, na utilização da tecnologia para mapeamento de indústria. A sociedade 5.0 surgiu para promover o bem estar do ser humano. Todas as tecnologias que estão sendo desenvolvidas na indústria são para ajudar os seres humanos.
GE - Como está a implementação na Serra da Indústria 4.0?
Daniel - Está bem no início, tem muito a amadurecer porque a tecnologia não vai substituir os processos. Então, se tu não fizeres muito bem o mapeamento dos processos, não é possível saber onde terás ganho. Os ganhos estão nos processos juntamente com a tecnologia. Ter por ter a indústria 4.0 não é tão simples assim. Não é somente a tecnologia que vai resolver, é também toda uma sequência de processos e pessoas.
GE - Vale a pena o investimento da indústria 4.0 em uma pequena empresa?
Daniel - Vale sim porque, no momento em que tu começas a trabalhar com o mapeamento de processos, encontra onde tu podes melhorá-los. É aí que se entra com algum tipo de tecnologia, pode ser simplesmente com um sensor, que hoje custa centavos, inclusive. É para qualquer tamanho de empresa a implementação de indústria 4.0, desde que seja feita através de processos e pessoas.
GE - Essa implementação pode tirar empregos?
Daniel - Ainda existe o paradigma da perda de emprego, então tem um trabalho muito árduo a ser feito pelo setor de Recursos Humanos. As empresas têm que começar a trabalhar para depois implementar tecnologia e facilitar a vida dos trabalhadores - e não para substituí-los.
GE - E, no Rio Grande do Sul, qual setor que está mais carente dessa indústria 4.0?
Daniel - Algumas empresas dos setores metalmecânico e moveleiro. Essas empresas ainda estão redesenhando processos, procurando conectá-los com pessoas, para aí então entrar com tecnologia e poder otimizar processos.
GE - Como tu enxergas esse cenário em cinco anos?
Daniel - Vai ter máquina conversando com máquina, esse futuro vai acontecer. Ou seja, as máquinas serão muito mais autônomas e também a questão da inteligência artificial vai poder ajudar esse mapeamento de informações. Vejo processos bem desenhados e as pessoas apenas pensando em estratégias.
GE - A área de TI é uma das que mais cresce no mundo? Tem demanda para crescimento no Rio Grande do Sul?
Daniel - Principalmente agora, a tecnologia está presente em tudo, em qualquer processo, sistema. Acredito muito na ligação entre TI e automação. É ali que a indústria 4.0 vai despontar, no momento que unir as duas. Esse vai ser o link chave para a indústria 4.0 e, consequentemente, a sociedade 5.0 é o próximo passo.
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