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Estudo identificou que mais de 60% dos empreendedores desse setor não têm curso de gestão

Divulgado mapeamento da Economia Criativa de Porto Alegre

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Estudo identificou que mais de 60% dos empreendedores desse setor não têm curso de gestão

Um negócio vinculado à satisfação do proprietário, mas nem sempre viável financeiramente. Essa foi uma das características identificadas no Mapa da Economia Criativa de Porto Alegre, estudo produzido pelo Instituto Soleil de Pesquisa (Inspe) em parceria com o Sebrae RS e o Banrisul. Concluído no primeiro semestre deste ano, o trabalho envolveu entrevistas em 1 mil empreendimentos de 21 áreas, com o objetivo de identificar o perfil dos empreendedores e das empresas, os potenciais, os valores, os diferenciais, as percepções e o que é necessário para que se desenvolvam.
Um negócio vinculado à satisfação do proprietário, mas nem sempre viável financeiramente. Essa foi uma das características identificadas no Mapa da Economia Criativa de Porto Alegre, estudo produzido pelo Instituto Soleil de Pesquisa (Inspe) em parceria com o Sebrae RS e o Banrisul. Concluído no primeiro semestre deste ano, o trabalho envolveu entrevistas em 1 mil empreendimentos de 21 áreas, com o objetivo de identificar o perfil dos empreendedores e das empresas, os potenciais, os valores, os diferenciais, as percepções e o que é necessário para que se desenvolvam.
Coordenadora de projetos de Turismo e Economia Criativa do Sebrae RS, Amanda Bonotto Paim relata que o mapeamento mostra que grande parte dos empreendedores da Economia Criativa está na atividade escolhida porque gosta, mas enfrenta dificuldade para enxergar o modelo do negócio. “O gostar é suficiente para ter a iniciativa acontecendo, continuar fazendo, produzindo. Mas, muitas vezes, não é o suficiente para o negócio ser financeiramente viável”, comenta.
A partir do estudo, explica Amanda, um dos pontos nos quais o Sebrae RS irá trabalhar junto a esses empreendedores é a modelagem do negócio. “A gente também percebe no mapeamento muitas necessidades de capacitação. São empreendedores que têm dificuldade em analisar números, ter controles, e essas são questões centrais de gestão. Não estamos falando de processos complexos, mas de pontos de observação que são importantes o empreendedor ficar atento para avaliar e tomar decisões sobre como empreender, buscar capital de giro ou fazer uma parceria. Se não tem essas informações, ele não consegue tomar essas decisões sobre o negócio dele”, detalha a coordenadora de Projetos do Sebrae RS.
Ananda Borges, diretora de Projetos do Inspe, acrescenta que a falta de curso de gestão de negócios foi apontada por mais de 60% dos entrevistados. “E mais de 60% aceitaram ter contato com um consultor do Sebrae. Então, eles têm interesse em capacitação e veem essa necessidade de gestão”, avalia. Segundo ela, a dificuldade em identificar o modelo de negócios dos empreendimentos da Economia Criativa está relacionada ao tipo de produto ou serviço oferecido. “O diferencial desse setor é justamente o fato de o valor do produto e do serviço se basear em valores intangíveis. Não é só o valor que gastam na matéria-prima. Não tem uma matemática tão certa para o valor final do produto ou serviço, porque os valores da economia criativa são baseados em cultura, capital intelectual e criatividade”, descreve. A dificuldade reside em agregar esse valor intangível ao produto ou serviço.
Outra informação importante trazida pelo mapeamento é a questão da formação de rede. O empreendedor da Economia Criativa se viabiliza dentro de um ecossistema, como coworkings e casas de colaboração, espaços de networking estratégicos para qualificar e profissionalizar esse empreendedor.
Em busca de visibilidade
O estudo também apontou dificuldade para empresas da Economia Criativa darem visibilidade aos seus negócios, principalmente pela falta de clareza sobre o perfil dos clientes e como acessá-los. E esse é um dos pontos, avalia a diretora do Inspe, nos quais o Sebrae RS pode ajudar, dando visibilidade ao modelo de negócio ou sugerindo outros modelos, além de agregar o valor que não se consegue mensurar de forma direta.
Diretor do Inspe, Cleiton Chiarel comenta que o trabalho avaliou o desenvolvimento da economia criativa nos últimos dois anos, além de dar um panorama do setor hoje. Como desdobramentos, será possível elaborar políticas públicas de incentivo, criar circuitos criativos, serviços e produtos, conforme as necessidades apontadas, além de gerar discussões sobre desenvolvimento dos potenciais de cada área da Economia Criativa, entre outras ações. Confira, abaixo, os principais dados levantados pela pesquisa.
II Mapa da Economia Criativa de Porto Alegre 
Perfil dos empreendedores:
  • 37,7% têm Ensino Superior completo
  • 63,3% não têm curso de gestão
  • 42,28% têm na sua iniciativa a única fonte de renda
  • 53,5% são do sexo feminino
  • 33% têm de 35 a 44 anos
  • 87% se considera branco
  • 65% exerce o trabalho porque gosta, não por necessidade ou oportunidade
  • 41% não têm formação na mesma área do seu empreendimento
  • 87,7% dos empreendedores se reconhece como pertencentes à Economia Criativa
  • 13,1 anos é o tempo médio de experiência na área do negócio
  • 46,6 horas por semana é o tempo médio de trabalho
  • 1 a 3 salários mínimos é a média de renda com o empreendimento
Perfil do Empreendimento:
  • 28,65% concretizam as vendas na própria loja e 26% na internet
  • Para 64,5%, Porto Alegre é o principal mercado para comercialização dos produtos, seguido pelo nacional (18,57%)
  • Como principais necessidades para manter ou alavancar o negócio estão visibilidade (18,97%), capital de giro (14,25%), conhecer o mercado (12,91%) e infraestrutura (12,53%)
  • 32,35% não têm funcionários
  • 70,87% dizem ter compromisso com sustentabilidade ambiental
  • 66,6% têm compromisso com igualdade social, diversidade cultural e/ou inclusão
  • 83,62% dos empreendedores utilizam como principal fonte de financiamento os recursos originados nas vendas
  • 53,63% não têm acesso a linhas de crédito para investir em seus negócios
  • 31,79% se remuneram através da CLT e 17,53% por divisões de lucros
  • 8,2 anos é o tempo médio dos empreendimentos
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