Foi em um kitnet no quarto andar de um prédio sem elevador, em Novo Hamburgo, que a história começou. "Eu levava tudo no braço até lá em cima." A fala de Claudia Robinson, 31 anos, reflete como montou e administra o seu negócio, a
CauCakes: com esforço e dedicação.
A empresária se identificou com a gastronomia depois de passar três anos na Austrália, onde trabalhou em cafés e restaurantes. Voltou ao Brasil, em 2011, convicta a focar na área. "Sempre tive talento para atividades manuais e criativas", observa.
Já no País natal, foi funcionária em um restaurante, onde auxiliava em eventos e fazia sobremesas. "Minha colega dizia: 'Cláudia, tu sempre acertas as receitas'. Aí, me dei conta que, desde criança, gostava de apreciar comida. Sempre sabia de quais padarias eram os brigadeiros das festinhas de aniversário", conta.
Mesmo não tendo cursado nada relacionado à culinária, a empreendedora tinha vontade de fazer doces. Foi com uma reserva de cerca de R$ 4 mil que comprou os itens da sua primeira cozinha e a montou no kitnet alugado.
Durante um ano, produziu brigadeiros, brownies e cupcakes por encomenda e para uma loja. "Decidi arriscar. Mas era um momento de dúvidas, não queria investir muito, ainda pensava em voltar pra Austrália."
A empreendedora abriu uma loja para expandir os negócios, investindo o lucro acumulado no período e uma reserva em dólares. Alugou e reformou um imóvel que denomina como um atelier de doces, onde acrescentou ao que vendia palhas italianas, sanduíche de brownie, sorvetes de fabricação própria, cookies e cafés. A CauCakes também conta com encomendas de tortas. "Muitos achavam que era uma padaria, que eu também vendia salgados. Então, foi uma mudança de pensamento. Mas consegui fidelizar clientes", comemora. Ela ainda ressalta que a palavra atelier foi escolhida pela característica artesanal. "Tudo passa por mim. Preferi investir em matéria-prima cara, mas que ficasse com um gosto bom, sem aquele ar de industrializado."
Claudia busca inspirações, tanto para os doces quanto para a decoração da loja, no exterior, para onde viaja uma vez por ano. E é nisso que enxerga o seu diferencial.
"Me inspiro nas coisas, mas procuro criar sempre. Por mim, traria novidades toda semana para a loja, mas preciso ter os pés no chão e manter aquilo que faz os clientes virem."
Oportunidades de alçar voos maiores já surgiram, porém a empresa prefere a proposta intimista. "Decidi trabalhar assim e está dando certo. Já poderia ter aberto franquias, quiosques em shoppings, mas perderia a ideia inicial."
As redes sociais foram fortes aliadas para atrair clientes e acostumá-los aos horários de funcionamento. "Fui criando hashtags e a que mais pegou foi sexta é dia de Caucakes.".