'Intelig�ncia artificial deve gerar novos neg�cios'
O norte-americano Mark Minevich, fundador da Going Global Ventures, chamou atenção durante o 8º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, realizado na semana passada em São Paulo. Em sua apresentação, defendeu o uso de inteligência artificial em todos os tipos de negócios, inclusive nos pequenos, e criticou quem pensa que isso substituirá o ser humano, eliminando empregos. Para ele, 2019 é um ano decisivo, pois, segundo Mark, chegou o momento de ver quem colocará os projetos que envolvem a tecnologia em prática no Brasil.
O congresso foi realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Veja alguns trechos da conversa.
GeraçãoE - Por que as pessoas têm tanto medo de Inteligência Artificial (IA)?
Mark Minevich - As pessoas não têm medo. A mídia é que posiciona dessa forma, fala de soluções terminadoras: empregos serão perdidos, a classe média irá sofrer, não vai sobrar nada para a comunidade rural, agrária e para quem trabalha no chão de fábrica, já que será tudo automatizado. Mas é o contrário que está acontecendo. Inteligência Artificial está ajudando a criar novos pequenos negócios, novos produtos e gerando novos empregos e oportunidades. A mídia gosta desse tipo de narrativa que deixa as pessoas assustadas.
GE - Qual você acha que é o papel do Brasil nesse processo?
Mark - O Brasil precisa melhorar seus pequenos e médios negócios, e acho que tem muitas pessoas talentosas. Agora é a hora de empreender na área de Inteligência Artificial. E não espere do governo as respostas. Vejo, aqui, as pessoas perguntando qual a política do governo sobre esse assunto, o que o governo fará. Mas se você olhar para Israel e os Estados Unidos, não foi o governo, foi o ecossistema local que primeiro se desenvolveu. Ocorreu assim no Vale do Silício, em Boston e em Washington. O mesmo precisa acontecer aqui, com investidores locais acreditando nos empreendedores brasileiros.
GE - Você diz que 2019 é um ano decisivo para essa tecnologia. Por quê?
Mark - Basicamente porque nos anos anteriores as pessoas estavam focando em projetos pilotos, provas de conceito, não na solução. Você precisa de uma indústria que trabalhe para as empresas, que produza o retorno dos investimentos. Agora, em 2019, é isso que está fazendo a diferença. A indústria está começando a pensar se determinada solução pode ser escalável, se pode resolver um problema a nível de um grande serviço.
Se pode resolver um problema de uma fábrica, questões de logística ou do envelhecimento da população. Você precisa de empresas, sistemas, soluções escaláveis, por isso houve tanto burburinho. Chegou o momento de não mais analisar como fazer e sim quem irá fazer.
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