O Inter apresentou oficialmente, nesta sexta-feira (5), o
espanhol Miguel Ángel Ramírez como treinador pelos próximos dois anos. O jovem comandante de 36 anos chega cercado de mistérios, já que tem poucos clubes em sua recente carreira. Desde 2018, ele estava no Independiente del Valle, do Equador, onde foi campeão da Copa Sul-Americana de 2019, além de liderar um processo de reformulação nas categorias de base.
Ramírez iniciou no Las Palmas, em sua cidade natal, em 2004. Durante oito anos, comandou diversas categorias do clube. Também na Espanha, treinou o time sub-19 do Alavés, em 2012. Fora da Europa, foi um dos responsáveis pelo crescimento do futebol de base no Catar, onde permaneceu por seis temporadas e treinou diversas categorias entre o sub-12 e sub-17.
O novo técnico chegou prometendo uma equipe que não apenas jogue bola: “Estamos convencidos de que a torcida colorada vai se sentir orgulhosa da equipe. Não entendo o futebol de outra forma que não um espetáculo”, enfatizou.
Sobre ser o escolhido para um projeto que prevê a valorização das categorias de base e a implantação de um estilo próprio de atuar, Ramírez fez questão de valorizar o conjunto. “Vai ser um trabalho de equipe. Sou apenas uma peça da engrenagem de uma equipe de trabalho que é o clube. Já conheço alguns jogadores, mas preciso conhecer outros. Dou muito valor às pessoas que estão envolvidas no projeto e acredito que o clube tem pessoas muito diferentes para este projeto. Foi o que me convenceu a vir para cá”, disse.
Questionado sobre sua juventude e a pouca experiência no cargo diante de um clube gigante como o Inter, Ramírez foi direto em sua resposta: “Quanto ao tamanho do clube, não sei se existe uma preparação para isso. O futebol me deu oportunidades que nunca imaginei. Não sei se alguém se prepara para isso, mas os anos e a experiência te ajudam a ter uma bagagem.”
Ramírez respondeu ainda sobre nomes que vêm sendo especulados pela imprensa que podem reforçar o atual elenco colorado. O treinador espanhol teria pedido um camisa 5 com características de acordo com o seu estilo de armar a equipe. “Não comentei absolutamente nada com o clube sobre isso. Só conversamos sobre os jogadores que estão disponíveis, os lesionados e os meninos que poderemos utilizar”, contou.
Desde 2010, Ramírez é o quarto estrangeiro a comandar o Inter - Jorge Fossati e Diego Aguirre (uruguaios) e Eduardo Coudet (argentino). Um dos principais desafios do novo comandante é superar a barreira de ser um estrangeiro comandando uma equipe brasileira. “Tive a sorte de ser acolhido nos países que estive e não me considero de nenhum território. Sempre vai ter gente que se acha dono de um território e que não queira estrangeiro”, ponderou.
Chegam junto com o espanhol, o auxiliar técnico Martín Anselmi, o preparador físico Cristóbal Fuentes e o analista de desempenho Luis Piedrahita.