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Esportes

- Publicada em 20 de Dezembro de 2018 às 09:20

Ex-dirigentes do Inter são alvos de operação que investiga desvios de dinheiro

Fraudes envolvem retirada de valores da tesouraria do clube durante gestão de Vitorio Piffero

Fraudes envolvem retirada de valores da tesouraria do clube durante gestão de Vitorio Piffero


CLAITON DORNELLES /JC
Uma operação do Ministério Público cumpriu mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira (20) para apurar crimes de apropriação e desvio de valores do Sport Club Internacional durante a gestão 2015/2016, presidida por Vitorio Piffero. Residências e sedes de empresas de Porto Alegre, Eldorado do Sul e Viamão foram alvos dos mandados.
Uma operação do Ministério Público cumpriu mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira (20) para apurar crimes de apropriação e desvio de valores do Sport Club Internacional durante a gestão 2015/2016, presidida por Vitorio Piffero. Residências e sedes de empresas de Porto Alegre, Eldorado do Sul e Viamão foram alvos dos mandados.
Além do ex-presidente, também são investigados Pedro Antonio Affatato, que cumulava a 1ª Vice-Presidência e a Vice-Presidência de Finanças, Alexandre Silveira Limeira, vice-presidente de Administração, Emídio Marques Ferreira, vice-presidente de Patrimônio, Marcelo Domingues de Freitas e Castro, vice-presidente Jurídico, e Carlos Capparelli Pellegrini, que atuava como vice-presidente de Futebol. Também são investigados empresários de futebol e pessoas vinculadas a empresas de construção civil, turismo e contabilidade.
De acordo com a investigação do MP, a principal fonte de desvios ocorreu por retirada de valores em espécie da tesouraria do Inter pelo vice-presidente de Finanças Pedro Antonio Affatato, alegadamente utilizados para o pagamento de empresas de construção civil e prestação de serviços. Foram cerca de R$ 10 milhões entre fevereiro de 2015 e fevereiro de 2016, retirados diretamente por Affatato que, depois, eram comprovados por meio de notas fiscais para obras que nunca foram realizadas, ou que foram superfaturadas. De 165 notas analisadas, de nove empresas, pelo menos 94% revelaram obras não executadas, executadas parcialmente ou com sobrepreço. Entre as obras pagas e não realizadas, estão benfeitorias no Centro de Treinamento de Guaíba, que nunca foram prestadas.
Na gestão de futebol, o MP apurou que negociações e renovações com jogadores que normalmente não seriam realizadas, pelo menos nos patamares econômicos constatados, foram efetivadas. Após as tratativas, os empresários dos atletas efetuavam repasses financeiros ao dirigente responsável do clube, Carlos Capparelli Pellegrini. Em outras oportunidades, os empresários adiantavam valores para Pellegrini, para, em seguida, concluir os negócios envolvendo atletas por eles agenciados. Nas duas situações, sempre era o clube que arcava com o prejuízo, ou contratando atletas que jamais seriam contratados nas condições que foram, ou embutindo no preço pago pelo jogador os valores repassados aos dirigentes.
Também estão em investigação desvios de valores de acordos trabalhistas firmados com atletas, além de negócios relacionados ao Inter por meio de triangulações de depósitos envolvendo empresas para possível lavagem de dinheiro.
Para o MP, Piffero tinha total conhecimento sobre os fatos, especialmente os relacionados aos adiantamentos tomados por Affatato e às negociações de atletas realizadas por Pellegrini.
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