Depois de 26 anos no mercado, em 2019 a empresa Forte, de Canoas, surgiu na Feira Construsul com um produto inovador: telhas fotovoltaicas, que, definitivamente, iriam diferenciá-los no mercado. A novidade, que hoje rende à Fortenergy pelo menos 8% do faturamento total da empresa, foi resultado direto de uma parceria que, neste sábado, completa 80 anos.
Se em 22 de janeiro de 1942, quando Getúlio Vargas publicou o decreto de criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o objetivo era garantir a transformação do trabalhador para a crescente indústria brasileira, oito décadas depois, o Senai assume um papel fundamental não apenas no desenvolvimento de quem produz, mas na inovação tão necessária para a competitividade das empresas gaúchas.
Como define o diretor regional do Senai, Carlos Trein, o papel principal da instituição é garantir a competitividade da indústria, com respostas a todas às suas demandas. Para que se tenha uma ideia, somente em 2021, mais de três mil empresas gaúchas foram atendidas nas estruturas do Senai, com um total de 8,9 mil atendimentos em tecnologia e inovação. No ano passado, foram desenvolvidos 56 projetos de inovação de empresas do Rio Grande do Sul.
No caso da Forte, a ideia de desenvolver uma telha fotovoltaica, que se diferencia em relação aos painéis solares - o projeto surgiu em 2016, mas faltavam recursos e estrutura para os testes laboratoriais, além do desenvolvimento técnico mais aprimorado do produto. O apoio viria do Senai. A primeira tentativa de ingressar no edital gaúcho de inovação industrial aconteceu em 2017, mas o projeto não passou pela última etapa de avaliação. Voltaram no ano seguinte, e aí sim, as portas se abriram.
"Foi uma das melhores experiências possíveis, tanto pelo empenho da equipe do Senai, pela estrutura e o interesse deles no projeto, quanto pela nossa dedicação ao desenvolvimento do projeto. Compartilhamos muita bagagem de conhecimento. O trabalho do Senai foi fundamental em relação aos testes, às certificações e na busca de conhecimento relacionado, por exemplo, à engenharia elétrica, sobre algumas particularidades no que queríamos desenvolver", conta Gustavo Disegna, que lidera a Fortenergy.
A estimativa é de que a parceria com o Senai representou uma economia superior a R$ 500 mil para a empresa. Mais do que isso. Só com o trabalho do Instituto de Tecnologia em Petróleo, Gás e Energia mantido pelo Senai, que fica em Esteio, este possível investimento se mostrou factível. Atualmente, a capacidade produtiva é de cinco mil telhas por mês. E está em expansão.